A Fifa anunciou nesta segunda-feira (28) a suspensão da Rússia de todas as competições internacionais de futebol. Com isso, os russos não poderão disputar a Copa do Mundo do Qatar este ano. A decisão foi tomada em conjunto com a Uefa.
A equipe nacional disputaria a repescagem europeia para o Mundial. O jogo contra a Polônia, pela semifinal, estava marcado para 23 de março. Os poloneses já haviam dito, por meio da federação de futebol do país, que não disputariam o duelo contra a Rússia.
Caso os russos conseguissem avançar, enfrentariam na decisão por uma vaga o vencedor do confronto entre Suécia e República Tcheca. As duas federações nacionais também haviam tomado a posição de não enfrentar a seleção russa.
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Fifa e Uefa ainda não informaram se a Polônia terá vaga direta na final.
"Na sequência das decisões iniciais adotadas pelo Conselho da Fifa e pelo Comitê Executivo da Uefa, cujas decisões previam a adoção de medidas adicionais, a Fifa e a Uefa decidiram hoje em conjunto que todas as equipas russas, quer sejam equipes nacionais ou clubes, serão suspensas da participação em competições da Fifa e da Uefa até novo aviso", diz trecho de comunicado da entidade máxima do futebol mundial.
A decisão da Fifa, endossada pela Uefa, afeta não só a equipe masculina russa, mas também as seleções de base, a equipe feminina e os clubes em disputas internacionais. A Rússia pode recorrer da sanção no TAS (Tribunal Arbitral do Esporte).
Outra medida anunciada pela Uefa foi o rompimento do contrato com a
Gazprom, gigante estatal de gás russa que patrocinava a entidade. O
acordo, estimado em 40 milhões de euros por ano (R$ 231 milhões), previa
o uso da marca nos torneios realizados pela confederação europeia, como
a Champions League, a Europa League e a Eurocopa de 2024, que será
disputada na Alemanha.
Federações e cartolas do futebol mundial pressionavam principalmente a Fifa por uma posição mais drástica contra o esporte russo desde a eclosão da guerra na Ucrânia, iniciada na madrugada da última quinta-feira (24) com a invasão das tropas de Vladimir Putin no território ucraniano.
Nesta segunda, a FifPro, sindicato mundial de jogadores de futebol, pedia já pela manhã a suspensão da Rússia de qualquer torneio.
"Baseada nas ações da Rússia nas últimas semanas, a participação de suas equipes em competições da Uefa e da Fifa ou o cumprimento de suas funções executivas no futebol internacional não são uma possibilidade", afirmou o sindicato em nota.
"A Fifpro apoia todos os jogadores e entidades ao redor do mundo que optem por não enfrentar equipes russas no presente momento."
O Comitê Olímpico Internacional foi outra organização importante a se posicionar nesta segunda-feira, com o pedido pela exclusão de atletas da Rússia e da Belarus de torneios internacionais. Além da recomendação, informaram a retirada da Ordem Olímpica recebida por Putin em 2001.
A condecoração, em tese, premia contribuições efetivas ao movimento olímpico.
Até o anúncio da suspensão da Rússia, a Fifa tinha anunciado apenas que a seleção não poderia jogar no próprio país, além da proibição de uso do hino e da bandeira nacional em competições. A equipe também deveria competir sob o nome "União de Futebol da Rússia".
Agora, os russos estão suspensos da disputa da repescagem e não poderão
participar do Mundial deste ano, no Qatar, pouco menos de quatro anos
depois de sediarem a Copa do Mundo em seu país.
A edição de 2022 do torneio começará no dia 21 de novembro e terminará em 18 de dezembro.
Veja a íntegra do comunicado da Fifa
"Na sequência das decisões iniciais adotadas pelo Conselho da FIFA e pelo Comitê Executivo da UEFA, cujas decisões previam a adoção de medidas adicionais, a FIFA e a UEFA decidiram hoje em conjunto que todas as equipas russas, quer sejam equipas representativas nacionais ou equipas de clubes, serão suspensas da participação em competições da FIFA e da UEFA até novo aviso.
Essas decisões foram adotadas hoje pelo Bureau do Conselho da FIFA e pelo Comitê Executivo da UEFA, respectivamente os mais altos órgãos decisórios de ambas as instituições em assuntos tão urgentes. O futebol está totalmente unido aqui e em total solidariedade com todas as pessoas afetadas na Ucrânia. Ambos os presidentes esperam que a situação na Ucrânia melhore significativa e rapidamente para que o futebol possa voltar a ser um vetor de unidade e paz entre os povos."