Ricardo Gomes agora sente na pele o peso da Copa Libertadores pelos lados do Morumbi. Eliminado da competição que é a menina-dos-olhos tricolor, o técnico corre risco de ser demitido já nesta madrugada de sexta-feira, 6. Ainda sob a ressaca da desclassificação para o Internacional, a diretoria evita comentar o assunto.
"Meu compromisso era até o final da Libertadores", afirmou o treinador na coletiva. "Não sei do meu futuro. Sinceramente não tenho uma definição. O presidente [Juvenal Juvêncio] falou diretamente com todos os jogadores no vestiário. Não era o momento de falar do meu caso, em especial. Então tem toda esta sexta para uma definição."
Sob desconfiança e com o time em crise, Ricardo Gomes chegou ao São Paulo em 24 de julho de 2009. Assinou por pouco mais de um ano com a missão de reerguer o time eliminado da mesma Libertadores e na 16.ª colocação do Campeonato Brasileiro.
Ainda que sob alguns trancos e barrancos, ele fez a torcida esquecer o tricampeão nacional Muricy Ramalho classificando o time novamente para a competição continental deste ano - inegavelmente, o principal objetivo do clube nos últimos tempos.
A boa atuação da equipe nesta quinta, no entanto, pode dar uma sobrevida ao técnico. A reação da principal torcida foi positiva: não apoiou, mas também não criticou o comandante e as coisas podem tomar um rumo diferente do natural do futebol brasileiro.
Ricardo Gomes experimentou uma sensação curiosa durante a partida desta quinta. Se vencesse, estaria classificado à final da Libertadores e com o bônus da disputa do Mundial de Clubes da Fifa.
Ainda durante a sequência de maus resultados após a parada para a Copa do Mundo, nomes de outros treinadores foram lembrados no Morumbi. A falta de um comandante com experiência suficiente para segurar o rojão o segurou por mais tempo.
Pelo São Paulo, Ricardo Gomes comandou o time em 73 jogos, sendo que 38 vitórias, 15 empates e 20 derrotas - aproveitamento de 58%.