Um dia depois de o Uruguai se garantir como a última das 32 seleções classificadas para a Copa do Mundo de 2014, Pelé afirmou nesta quinta-feira, durante evento promocional em São Paulo, que gostaria de ver um novo duelo entre Brasil e a seleção celeste no Mundial.
Embora tenha ajudado a vingar o Brasil da fatídica derrota sofrida na decisão da Copa de 1950, no Maracanã, pois derrotou os uruguaios na semifinal do Mundial de 1970, o Rei do Futebol destacou que seria interessante reencontrar o histórico rival, em solo nacional, na próxima edição do maior evento de futebol do planeta.
Pelé garantiu não temer um novo Maracanazo, como ficou conhecida a derrota de 2 a 1 para o Uruguai ocorrida há 63 anos, e enfatizou: "Primeiro precisamos ver se o Uruguai vai conseguir chegar na final. Se chegar, vai ser uma boa oportunidade de fazermos a revanche".
Já ao ser questionado sobre quem é o grande favorito a conquistar a Copa de 2014, Pelé desta vez resolveu não apontar uma seleção, diferentemente do que aconteceu, por exemplo, antes do Mundial de 1994, quando errou feio ao dizer que apostava em título da Colômbia, eliminada já na fase de grupos nos Estados Unidos. Porém, o maior jogador da história disse que vê o Brasil muito forte na briga pela taça.
"Não dou palpite, mas torço para que o Brasil seja campeão e acredito que temos totais condições de sermos campeões. Com o Felipão, o time ficou melhor", destacou, para em seguida, entretanto, ponderar que o time nacional está carente de melhores valores ofensivos, principalmente para criação de jogadas. "Hoje, pela primeira vez na história, estamos bem na defesa e tendo problemas no ataque. Os últimos melhores camisas 10 do Campeonato Brasileiro são estrangeiros, que são o Conca e o Montillo", opinou.
Pelé, por sinal, fez um comparativo com a seleção campeã da Copa de 1970 para ilustrar a sua tese de que hoje faltam autênticos camisas 10 na seleção brasileira. "Na minha época muitos jornalistas diziam que a seleção não ia dar certo porque tinha muitos camisas 10 no time: eram eu, o Rivellino, o Gerson e o Tostão. Hoje falta esse tipo de jogador."
Já ao falar sobre quem acredita que deverá ser o craque da próxima Copa, Pelé evitou apontar Messi como grande favorito a este posto, assim como lembrou de um clássico camisa 10, já aposentado, tido por ele como mais jogador que o argentino. "Para mim, o Zidane foi melhor do que Messi porque os seus companheiros não tinham tanto nome quanto os do Messi, que no Barcelona joga com Xavi e Iniesta. O Messi no Barcelona é um, e na seleção argentina é outro. Vamos ver o que vai fazer na Copa", desafiou.