Todos no Palmeiras sabiam que o acesso à Série A era questão de tempo, mas a diretoria sempre disse que esperaria a confirmação da volta à elite para começar a executar o planejamento do centenário. Ironicamente, a mais importante das decisões virou uma novela e deve se encerrar justamente nesta terça-feira, um mês depois do empate sem gols com o São Caetano que sacramentou o retorno: a permanência ou não do técnico Gilson Kleina.
Embora o presidente Paulo Nobre tenha dito ainda no dia 26 de outubro que começaria a negociar na mesma semana a permanência da comissão técnica, a diretoria ouviu primeiro a pedida do argentino Marcelo Bielsa: cerca de R$ 1 milhão por mês, livres de impostos, valor impraticável na atual condição financeira alviverde. Só então Gilson Kleina passou a ser a prioridade, mas agora com uma resistência maior que o esperado.
O técnico ficou irritado, sentiu-se desrespeitado e passou a jogar duro. Para piorar, o clube ofereceu redução salarial e deixou o acordo mais distante. Nesta terça, ocorre a quinta reunião sobre o tema, e os pares de Kleina dizem que a situação finalmente será definida, para o sim ou para o não.
Ao mesmo tempo, 13 jogadores não sabem o que esperar do ano que vem, já que possuem contrato até dezembro. O zagueiro Vilson, o atacante Leandro e o volante Márcio Araújo já tiveram conversas iniciais sobre renovação, mas as tratativas estão longe de uma conclusão. Os outros são Bruno, Fernandinho, André Luiz, Marcelo Oliveira, Wendel, Charles, Léo Gago, Ronny, Rondinelly e Ananias. O único que se manifestou foi Wendel, dizendo que deve firmar a permanência.
Nestes 30 dias, o Palmeiras sagrou-se campeão da Série B com uma vitória por 3 a 0 sobre o Boa e atingiu o último objetivo do ano, mas segue sem saber como será o centenário, embora Paulo Nobre tenha se irritado com questões sobre o planejamento atrasado.