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Ê, Brasil...

No que depender de mim, haverá Copa América, afirma Bolsonaro

Ricardo Della Coletta - Folhapress
01 jun 2021 às 11:35

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- Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu nesta terça-feira (1º) a realização da Copa América no Brasil e comparou o torneio a outras competições esportivas que ocorrem no país.


Ele ainda acusou a rede Globo de estar por trás das reações contra a organização do campeonato no Brasil, por conta de direitos de transmissão.

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"No que depender de mim, todos os ministros -inclusive o da Saúde- já está acertado, haverá [Copa América no Brasil]. Protocolo é o mesmo da Libertadores, da Sul-Americana, é a mesma coisa", disse Bolsonaro, ao sair do Palácio da Alvorada.

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A fala do mandatário foi transmitida por um site bolsonarista.

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"Fui instado no dia de ontem pela CBF [Confederação Brasileira de Futebol], conversei com todos os ministros interessados; da nossa parte positivo. O que está havendo aqui? O movimento da Globo contrário, porque os direitos de transmissão são do SBT", acrescentou.


Em seguida, Bolsonaro argumentou que outros torneios de futebol estão ocorrendo no Brasil.

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"Está havendo jogo da Libertadores. Não está havendo também [jogos] da Sul Americana? Também não começa agora na sexta-feira (4) as eliminatórias da Copa do Mundo? Ninguém fala nada, problema nenhum. Por que quando se fala em Copa América querem questionar, que causa aglomeração, ajuda a espalhar o vírus etc? É pressão dessa imprensa chamada Globo aí, nada mais além disso".


O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que é "inacreditável" que o governo federal queira sediar a Copa América no Brasil no momento de agravamento da pandemia do coronavírus.

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"Seria transformar essa copa em campeonato da morte. Já que nós não podemos fazer um apelo ao presidente, ao Ministério da Saúde e à CBF, que tem se transformado em negacionista e irresponsável, quero me dirigir à seleção brasileira, aos seus jogadores, aos treinadores, ao Neymar", disse.


"Neymar, não concorde com a realização dessa Copa América no Brasil. Não é esse o campeonato que nos precisamos disputar. Precisamos disputar o campeonato da vacinação, é esse que precisamos disputar e ganhar. (...)Não permita entrar em campo enquanto os seus parentes, conhecidos, continuam a morrer", continuou Renan.

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Na segunda (31), a Conmebol informou que a Copa América ocorreria no Brasil, após a desistência tanto da Colômbia como da Argentina. Os colombianos abriram mão do campeonato por conta dos protestos e da violência registrados nas ruas do país, enquanto que os argentinos alegaram o recrudescimento da pandemia da Covid.


O governo Bolsonaro foi criticado por concordar com a vinda da competição para o país, onde o coronavírus já deixou mais de 460 mil mortes.
Na noite de segunda, o ministro Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil) afirmou que a realização da Copa América no Brasil ainda não está definida, mas disse que o evento, caso ocorra no país, seguirá protocolos sanitários como a vacinação de atletas e comitivas.

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"Não tem nada certo. Estamos no meio do processo, mas não vamos nos furtar a uma demanda, caso seja possível atender", declarou o ministro.


O ministro detalhou ainda condições sanitárias que devem ser estabelecidas caso o torneio de fato ocorra no Brasil, entre elas a de que atletas e comitivas estejam vacinados.

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"Esse evento, caso se realize, não terá público. No momento são 10 times. No máximo, já foi acordado nessa reunião com a nossa presença e a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), são dez times, com dois grupos; 65 pessoas em cada delegação. Todos vacinados. [É] imposição que nós tratamos com a CBF. Até agora não há documento firmado, apenas essas tratativas", afirmou.


Caberá à CBF, segundo o governo, negociar diretamente com os estados e municípios para escolher as sedes do torneio.


Pela tabela original, os jogos serão realizados de 13 de junho a 10 de julho. Neste calendário, é inviável um atleta receber, por exemplo, duas doses da Coronavac, no intervalo recomendado de 28 dias entre cada aplicação, antes da primeira rodada.


O governo não explicou se as datas das partidas poderão ser alteradas ou se aceitará atletas que receberam apenas uma dose da vacina, o que não garantiria a eficácia do imunizante.


Auxiliares do governo Bolsonaro relataram surpresa com o anúncio de que o torneio seria realizado no Brasil. No Ministério da Saúde, interlocutores disseram reservadamente que souberam do tema apenas na manhã desta segunda.

Alguns governadores de estados cotados para receber partidas -como Pernambuco e Rio Grande do Norte– já afirmaram que não têm condições sanitárias para isso. Outros disseram que não foram procurados pelo governo.


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