Com lesão no ombro
Em protesto contra a falta de ação da CBF para atender as reivindicações do Bom Senso FC, os jogadores dos clubes da Série A do Campeonato Brasileiro estão cruzando os braços, literalmente, e fazendo um minuto de silêncio antes das partidas da 34.ª rodada da competição, que começou nesta quarta-feira. Na véspera, em entrevista no Estado, o zagueiro corintiano Paulo André havia informado sobre a manifestação "para demonstrar o descontentamento e a preocupação com o desinteresse da CBF na questão que envolve um calendário mais equilibrado e justo para o futebol brasileiro".
O Bom Senso, em nota, também afirmou que desejava "deixar claro, mais uma vez, que aceitaria passar pelas dificuldades em 2014 (ano de Copa do Mundo) se obtiver mudanças importantes e profundas para 2015". O grupo alega que "o simples aumento da pré-temporada não é suficiente e atinge apenas uma parcela mínima dos clubes e atletas no País". O Bom Senso cobra que a CBF se comprometa "com propostas, melhorias e ações para todos os clubes do Brasil".
Ao cruzar os braços, os jogadores dão sinal claro de que o gesto, por enquanto literal, pode ir para o campo simbólico, com a ameaça de greve. Essa postura já havia sido avisada na nota emitida terça-feira. "Enquanto não obtivermos um retorno oficial, as manifestações aumentarão a cada rodada", avisou os representantes do Bom Senso. Esta é a segunda manifestação do grupo antes de partidas do Brasileirão. Na 30.ª rodada, os atletas se abraçaram antes do apito inicial, intercalando jogadores das equipes adversárias, de forma a mostrar união num momento em que o movimento ganhava força.
Os jogadores cobram da CBF uma calendário que contemple maior período de pré-temporada, além de fair play financeiro. A confederação já prometeu que em 2015 serão 30 dias de férias e 30 de pré-temporada, mas os atletas querem mais. Defendem número máximo de jogos por mês (sete) e a punição a clubes que atrasam salários e impostos.