Houve um tempo em que o técnico Joel Santana era conhecido como um treinador afeito a uma boa retranca, sempre tentando beliscar uma vitória em um eventual contra-ataque ou falha rival. Essa imagem vem se desfazendo há algum tempo, principalmente neste Campeonato Brasileiro, no qual muitas vezes Joel sacou volantes e laterais para atuar com três atacantes. O veterano técnico promete seguir com o futebol ofensivo no duelo do Botafogo contra o Santos, nesta quinta-feira, às 21 horas, no Pacaembu, palco do único título nacional do Alvinegro carioca, o Brasileiro de 1995.
Na visão de Joel, para atuar contra uma equipe de espírito tão ofensivo a melhor opção é tentar atacar o adversário em igual medida, para tirá-lo do campo de ataque e deixá-lo mais afastado do gol. "Não podemos achar que vamos até São Paulo para ficar 90 minutos lá atrás contra uma linha tão audaciosa como a deles. É preciso, pelo menos, jogar de igual para igual. Só vejo essa maneira de enfrentar o Santos. Melhor perder como herói do que como covarde. Sei que posso fazer um partidaço ou levar uma chicotada, mas tem que ser assim", opinou Joel, mostrando estar ciente dos riscos a que se submeterá.
Isso não significa que a equipe não terá seus cuidados defensivos, principalmente acerca de Neymar, que volta ao Santos depois de cumprir suspensão. "O Neymar é um jogador alegre. Respeito sua qualidade técnica. Cabe a nós dificultar suas manobras", disse o técnico botafoguense, que minimizou as polêmicas sobre a estrela santista. "Se ele estiver perdendo não vai dar lençol em ninguém."
Como tem sido de seu feitio, Joel não antecipa a escalação da equipe, principalmente os substitutos do volante Somália e do atacante Jobson, machucados. Caso cumpra a promessa de armar um time mais ofensivo, pode escalar Renato Cajá de início, no meio, em vez do limitado Fahel, que atuou no empate contra o Grêmio, no Engenhão. "O time será decidido e divulgado apenas em São Paulo. Ainda preciso observar mais alguns aspectos do Santos antes de fechar", disse Joel, que deixou no ar que pode barrar Loco Abreu mais uma vez. O atacante não tem jogado bem na vaga de Jobson e Caio ganha força por ter característica semelhante: a velocidade.