Futebol

Estudo vê Corinthians e São Paulo entre 50 mais ricos

09 fev 2012 às 10:20

Um relatório divulgado nesta quinta-feira pela consultoria Deloitte afirma que Corinthians e São Paulo têm faturamento suficiente para estar entre os 50 clubes de futebol mais ricos do planeta.

O documento "Deloitte Football Money League 2012", que está na sua 15ª edição, fez a relação dos 20 clubes mais ricos do planeta, que não inclui nenhum time fora de Espanha, Inglaterra, Alemanha, Itália e França. O critério adotado foi o de maior receita - o que exclui o patrimônio e o valor das marcas.



O relatório não elaborou um ranking depois da 20ª posição, mas estima que "os clubes brasileiros com as maiores receitas declaradas, Corinthians e São Paulo, estariam entre os 50 mais ricos". A Deloitte avalia que cada clube teria receitas entre 70 milhões e 80 milhões de euros (entre R$ 160 milhões e R$ 185 milhões).


A Deloitte afirma que clubes com grande base de torcedores – como Flamengo e Corinthians – conseguiram atrair parceiros comerciais com condições de bancar a vinda de jogadores brasileiros que atuam na Europa.


"A força comercial dos maiores clubes brasileiros e de suas principais estrelas significa que eles conseguem gerar até 20 milhões de euros (R$ 45 milhões) em patrocínio e publicidade, uma quantia que causaria inveja na maioria dos clubes das cinco maiores ligas do mundo", afirma o texto, com a ressalva de que a estabilidade financeira de longo prazo dos clubes brasileiros ainda é questionável.



Copa e oportunidades


A consultoria afirma que apesar do forte crescimento da economia nacional, os clubes brasileiros ainda não conseguem rivalizar com os europeus em riqueza.


Além disso, a grande base de torcedores e a forte paixão dos brasileiros pelo esporte "não se traduzem diretamente em bons públicos" nos estádios. A média de público da primeira divisão do Campeonato Brasileiro em 2011 foi de 15 mil, abaixo até mesmo da pouco tradicional MLS, a liga americana, cuja média foi de quase 18 mil.


A Deloitte afirma que o investimento feito em infraestrutura para a Copa do Mundo de 2014 é uma "excelente oportunidade" para os clubes melhorarem a experiência de frequentar estádios para os torcedores.



Isso poderia tanto aumentar o público nos estádios quanto levar a um preço de ingresso mais lucrativo para os clubes - e mais caro para os torcedores. O preço médio de ingressos no Brasil está abaixo de 10 euros (R$ 22), diz o relatório.


A Deloitte afirma que o atual modelo de direitos de transmissão de televisão "põe os clubes brasileiros em desvantagem" em relação aos clubes europeus e asiáticos.


"Direitos de transmissão para a Série A do Brasil são ditados pelo mercado doméstico e não são facilmente exportáveis como as principais ligas europeias", diz o relatório.


A percepção de que a liga brasileira é "fraca" e o fato de os jogos começarem muito tarde – o que é prejudicado ainda mais pelo fuso horário – dificultam a exportação do Campeonato Brasileiro para outros mercados de televisão.



Futebol internacional


O levantamento dos clubes mais ricos do mundo, referente às temporadas de 2010 e 2011, teve poucas alterações em relação ao período anterior.


O Real Madrid é, pelo sétimo ano seguido, o clube com maior receita em todo o mundo. O faturamento do clube é estimado em R$ 479,5 milhões, tendo crescido 9% no último ano.


O Barcelona está em segundo lugar, seguido por Manchester United, Bayern de Munique, Arsenal, Chelsea e Milan. A Inter de Milão aparece em oitavo lugar, tendo ultrapassado o Liverpool, que agora é nono.


O Schalke 04 é a única novidade entre os dez primeiros neste ano. O clube alemão aparece em décimo lugar, que no relatório anterior era ocupado pela Juventus.


No total, os vinte clubes mais ricos do mundo enriqueceram em 3% em 2011, em comparação com o ano anterior. A receita total do "top 20" é de 4,4 bilhões de euros (R$ 10 bilhões). Eles representam mais de 25% do total de receitas do mercado europeu de futebol.


A Deloitte afirma que fora dos cinco maiores mercados – Espanha, Inglaterra, Alemanha, Itália e França – os clubes que mais se aproximam do "top 20" são o Benfica, de Portugal, e o Ajax, da Holanda.



Os dez times mais ricos do mundo


1. Real Madrid: 479,5 mi euros
2. Barcelona: 450,7 mi euros
3. Manchester United: 367 mi euros
4. Bayern de Munique: 321,4 mi euros
5. Arsenal: 251,1 mi euros
6. Chelsea: 249,8 mi euros
7. Milan: 235,1 mi euros
8. Inter de Milão: 211,4 mi euros
9. Liverpool: 203,3 mi euros
10. Schalke: 202,4 mi euros

Fonte: Deloitte


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