No jogo entre os dois piores times do Campeonato Brasileiro, ganhou o menos pior. Nesta terça-feira, na Arena Pernambuco, o São Paulo teve Antônio Carlos expulso quando a partida ainda estava empatada sem gols, mas conseguiu abrir o placar com Aloísio, se segurar atrás, e garantir a vitória por 1 a 0 sobre o Náutico, em jogo adiado da 10ª rodada da competição.
Apesar da vitória, o São Paulo segue na zona de rebaixamento, em 17º, mas com 18 pontos já fica mais perto de times que estão acima, como os cariocas Fluminense (18), Flamengo (19) e Vasco (20). O rival Santos, que é o 11º colocado, está apenas quatro pontos acima. A série já é de cinco jogos sem derrota (três empates e duas vitórias).
O problema é que o time tricolor encara uma maratona. Jogou domingo contra o Botafogo, no Rio, viajou até Pernambuco, e agora tem pela frente o Criciúma, quinta, no Morumbi. Domingo, vai ao Paraná pegar o Coritiba.
Já o Náutico perdeu os últimos sete jogos (cinco deles pelo Brasileirão), não vence há nove partidas, e está na lanterna do Brasileirão, com 15 pontos. Quinta recebe o Vasco e domingo visita o Corinthians.
O JOGO
O primeiro tempo deixou claro para o torcedor que ele estava assistindo a uma partida entre os dois piores times do Campeonato Brasileiro, tamanha a falta de futebol. E também não surpreendia a falta de disposição - os dois times atuaram no fim de semana e ainda têm que se preocupar em entrar em campo de novo na quinta e no domingo.
Nos primeiros 15 minutos o Náutico impôs o ritmo que se espera de um time que joga em casa. Aos 6, após escanteio batido da esquerda, William Alves subiu sem nenhuma marcação no meio da área, a ponto de poder dominar a bola se quisesse. Cabeceou para o chão, mas mandou em cima de Rogério Ceni.
O goleiro trabalharia de verdade aos 12, num chute à queima-roupa de Tiago Real, que Ceni mandou para escanteio. Pouco depois, William Alves chutou de longe, sem força, e o são-paulino mais uma vez defendeu.
O primeiro tempo inteiro ficaria nisso. Quando o São Paulo conseguiu equilibrar a partida, apostando nas jogadas pelas pontas, neutralizou os pernambucanos. Mas a péssima atuação dos homens de frente tricolores impedia que a bola chegasse à área de Ricardo Berna.
No intervalo, os dois técnicos mostraram insatisfação. Autuori tirou Osvaldo e Lucas Evangelista. Colocou Negueba e Aloísio. Jorginho escalou Rogério para atuar como ponta-direita, na vaga do meia Diego Morales.
Com as mudanças, o jogo melhorou. Todos que entraram queriam mostrar serviço e a partida ficou mais corrida. Rogério mesmo perdeu ótima chance aos 14, quando correu toda a meia-direita, invadiu a área, mas pegou todo torto na bola.
No minuto seguinte, o lance que poderia ter mudado a história da partida. Antônio Carlos tentou travar chute de Rogério, fez falta dura e, como era o último homem, acabou expulso. Rodrigo Caio virou zagueiro para recompor a defesa e Maicon entrou no lugar de Ganso, para apertar a marcação no meio.
Com um jogador a mais, o Náutico se lançou ao ataque, confiante de que era a chance de conseguir uma vitória, mas se abriu ao contragolpe. Foi num lance assim que, aos 27, Reinaldo cruzou rasteiro e Aloísio apareceu na área para abrir o placar.
O Náutico obviamente não ficou contente e partiu para a pressão. Aí a falta de qualidade técnica ficou evidente. Com espaço e vontade, diante de um time fraco como o São Paulo, não conseguiu mostrar serviço. Na melhor chance, aos 29, Olivera cabeceou na trave, a bola correu em cima da linha, Douglas errou na hora de tentar cortar, mas mesmo assim ela não entrou. Era a prova de que a sorte estava toda do lado tricolor.