Ao que parece, a avalanche, comemoração característica da torcida Geral do Grêmio, está com os dias contados. Depois do acidente que deixou quase 10 torcedores feridos na comemoração do gol de Elano na Arena, diante da LDU, na noite desta quarta-feira, o Corpo de Bombeiros e o Ministério Público demonstram preocupação com o fato. A cobrança será pelo cumprimento do acordo e colocação de cadeiras nas arquibancadas atrás de uma das goleiras do novo estádio.
Após vistoria dos Bombeiros, ficou decidido que um certificado temporário seria concedido para o clube gaúcho, para a realização da inauguração e do Jogo Contra a Pobreza. Antes da partida contra os equatorianos, na terça-feira, houve nova visita, que liberou o estádio para o jogo. A Arena Porto Alegrense e o Grêmio têm até o dia 19 de fevereiro para apresentar estudos que garantam a segurança do setor sem cadeiras. No entanto, os responsáveis pela segurança do estádio irão exigir o cumprimento da promessa de colocação de assentos no local.
- O que posso falar neste instante é a postura do Corpo de Bombeiros não muda em nada em relação à anterior. Vamos cobrar que o acordo feito seja cumprido e as cadeiras sejam colocadas no local. O projeto da Arena do Grêmio não prevê nenhum local sem cadeiras, então vamos exigir isso. Qualquer medida tomada mais adiante não poderei antecipar - disse o tenente Miguel Ribeiro, oficial do 1º Comando Regional de Porto Alegre, ao L!Net.
Os Bombeiros devem se pronunciar na tarde desta quinta-feira sobre o caso. O Grêmio terá uma reunião de sua diretoria, também já agendada e confirmada pelo presidente Fábio Koff. O mandatário gremista também se mostrou incomodado com a situação que ocorreu na Arena, quando a torcida comemorou o gol com a avalanche e a grade cedeu, ferindo quase 10 torcedores, que caíram no fosso e foram atendidos pelos paramédicos.
- Temos que tomar uma medida de acordo com os órgãos de segurança do estádio, com o MP e a Arena. Não é mais possível nós convivermos com situações desta natureza, não é a primeira vez. E acho ótimo, fui torcedor também, a vibração. Mas há limites. De respeito ao que está ao lado e à propriedade. Teremos uma reunião e conjuntamente com a Arena vamos tomar as providências cabíveis. Não sei se diz respeito a colocar obstáculos, é algo a ser resolvido em harmonia - comentou Koff.
O Ministério Público também está atento ao problema e quer uma apuração por parte dos órgãos competentes. Grêmio e Arena terão cinco dias para prestar esclarecimentos. Os órgãos que liberaram o estádio terão de se manifestar, também. Os promotores públicos já haviam impedido a realização de um evento no local, ainda durante as obras, chamado de 'avalanche teste', por acreditarem que faltava segurança aos torcedores.
A avalanche foi uma polêmica também com a Brigada Militar e os Bombeiros, que não queriam, inicialmente, permitir o ato. Após uma negociação e conversa foi decidido a colocação de gradis em metade da arquibancada. Assim, o ocorrido na noite de quarta foi com apenas metade do setor fazendo a tradicional celebração.