Susana Vieira, 76, falou publicamente pela primeira vez sobre a leucemia com a qual luta há três anos. Em entrevista a Poliana Abritta para o Fantástico, exibida neste domingo (18), a atriz se emocionou ao lembrar os momentos difíceis que passou desde que recebeu o diagnóstico.
"Tiveram que trocar fralda em mim, porque eu não podia me levantar", lembra. "Quando eu me vi tão exibida, tão vaidosa, tão dona de mim, tão senhora do destino, rainha da bateria, a bailarina do Theatro Municipal, Susana Vieira, com uma enfermeira tendo que trocar a minha fralda, porque eu não podia me levantar, isso foi muito pesado."
A atriz conta que a suspeita dos médicos se deu com exames pré-operatórios que fez em 2015 e que, então, ela precisou se submeter a 24 horas de novas análises, após as quais recebeu o diagnóstico de que tem leucemia linfocítica crônica.
Trata-se de um tipo menos agressivo de câncer que se desenvolve a partir de glóbulos brancos, responsáveis pela defesa do corpo, geralmente em pessoas idosas. Ele não impede o desenvolvimento de células saudáveis, costuma progredir mais lentamente do que outros tipos de leucemia e, em alguns casos, não se manifesta durante anos.
"Menina, eu não sabia o que era mais pesado: a leucemia, o linfocítica ou o crônica", disse Vieira, brincando com o nome técnico da doença. "A primeira pergunta que eu fiz para ele: 'Eu vou morrer quando?' Ele falou: 'Você vai morrer, sim, mas não necessariamente dessa doença'", lembra Susana.
Em seguida, ela diz ter perguntado se perderia o cabelo, um de seus maiores receios. "Se eu conto isso para as pessoas pode parecer que é vulgaridade, mas não é. É porque a gente é mulher e morrerá mulher, cabelo para nós é uma coisa tão importante que só nós sabemos. [Perder os cabelos] Significa o carimbo da doença câncer."
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Ela conta que mesmo após o diagnóstico continuou a trabalhar, tendo atuado como Adisabeba, na novela "A Regra do Jogo" (2015), e como Cora Dumonte, na série "Os Dias Eram Assim" (2017), além de ter apresentado por um ano o programa Video Show, que descreve como uma terapia. "São dez horas por dia de trabalho, e vivo e com energia, porque energia não vem só do seu corpo, a sua mente, o seu coração tem que estar alegre."
Após as gravações, a atriz foi para Miami visitar os netos e os filhos e, na volta, teve uma crise que a deixou por dez dias na na CTI (Centro de Tratamento e Terapia Intensiva). "Peguei um resfriado, uma gripe horrorosa e quando eu entrei no avião eu estava sem ar nenhum, com dor no peito, no pulmão", lembra do ocorrido há um ano. "Cheguei aqui e não conseguia subir a escada da minha casa. Sem ar, sem respiração e sem poder andar. Minhas pernas falharam."
A assessoria da atriz afirmou que a doença está estabilizada. Susana confirma que pode levar uma vida normal, mas quando sua imunidade baixar, precisará fazer quimioterapia. "Acho que quando você fica doente, todos nós que somos produtivos e independentes, existe um medo de ficar dependente e precisar de pessoas em volta para te conduzir, existe medo do desemprego, da solidão, existe a vergonha de ficar doente", diz. "O que eu mais jactava na vida era ter saúde, eu jactava que tinha 50, 60, 70 anos com saúde. Eu tenho pavor de morrer, acho que se a morte chegar eu vou esbofeteá-la."
A informação de que a atriz teria a doença foi divulgada por Léo Dias, apresentador do Fofocalizando, do SBT, após a gravação de um quadro do Domingão do Faustão que só será exibido em janeiro. "Não é que eu escondi, a gente não tinha porque sair propagando e a gente tinha que ver como a doença ia se portar em mim", diz. Susana diz planejar uma grande festa de Natal em sua casa e confirma um novo trabalho na Globo no próximo ano.