Sócrates morreu no dia 4 de dezembro de 2011, em decorrência de uma infecção intestinal, mas antes de partir decidiu contar a sua história dentro e fora dos campos e coube à sua mulher, Kátia Bagnarelli, a missão de transformar tudo isso em uma biografia.
Segundo Kátia Bagnarelli, que foi casada por três anos com o jogador e médico, o livro passa pela infância do atleta até os últimos dias de sua vida, com destaque para sua atuação na histórica Democracia Corintiana. "Tem trechos que ele mesmo escreveu, alguns que eu o gravei falando e outros que ele me contou e eu escrevi", comentou a viúva.
Ela garante que há revelações na biografia. "Ele narra os bastidores da seleção de 1982. Conta algumas coisas que ajudam a entender o motivo do fracasso daquele time fantástico", contou.
Sócrates Eterno será lançado em 19 de fevereiro de 2018, aniversário do jogador, durante exposição na CBF - essa é uma novidade porque, em vida, Sócrates não se metia com a confederação. Entretanto, já é possível adquirir o livro pela internet, no site da BB editora. Os primeiros três mil livros vão acompanhados de uma escultura do craque.
Outras pessoas tentaram fazer a biografia de Sócrates contada por ele. Até que um dia o doutor pediu à sua mulher que escrevesse a história original. A obra relata detalhes de sua luta contra o alcoolismo e relação com a política. "Ele conta que um dia, aos 10 anos, viu o pai queimando livros e entendeu melhor o Golpe de 64. Foi o primeiro momento de consciência política dele", disse Kátia Bagnarelli.
O livro terá interatividade diferente com o leitor, que poderá usar aplicativo para ver os vídeos em que personalidades como Ronaldo, Zico, Toquinho, entre outros, falam de Sócrates. Existe ainda um projeto para que aconteça um filme sobre o ídolo da torcida corintiana.
A biografia não conta com a participação de outro familiar. "Não fomos consultados, mas não temos como proibir. Só acho que, com a participação da família, a obra seria mais completa. Tudo bem", disse Gustavo, um dos filhos de Sócrates (teve seis), ao Estado. Kátia Bagnarelli diz que sempre foi bem tratada pela família do marido, mas tudo mudou após a sua morte.