Educação

Universidade suspende alunos de medicina investigados por fraudes no Enem

04 mar 2024 às 17:54

Três alunos de medicina foram suspensos hoje da Uepa (Universidade do Estado do Pará) após serem suspeitos de fraudar prova do Enem. Um deles teria feito a prova no lugar dos outros dois.


A Uepa publicou a decisão no Diário Oficial do Estado. A medida cautelar de suspensão ocorreu depois da descoberta de que um aluno cobrou R$ 150 mil para fazer exame para dois candidatos, que conquistaram a vaga por meio de fraude.


Eles estão afastados até o fim do processo da PF (Polícia Federal). André Rodrigues Ataíde, Eliesio Bastos Ataíde e Moisés Oliveira Assunção não poderão acessar o campus Marabá, onde cursam medicina, além de estarem impedidos de realizar atividade acadêmica e frequentar estágios curriculares obrigatórios.


A suspensão é para garantir ''melhor transparência da apuração'', explicou a Instituição. Anteriormente, a Uepa disse ao UOL que aguardaria a conclusão da investigação para tomar as 'medidas cabíveis'.


ENTENDA O CASO


André usava documentos falsos para fazer provas no lugar de outras pessoas. A polícia chegou ao suspeito após receber duas denúncias anônimas, de acordo com o Fantástico.


Os estudantes que teriam contratado o suspeito também foram alvos de mandados de busca e apreensão. A PF diz que André fez as provas no lugar de Eliesio usando identidade e assinatura falsa.


André também é investigado por se passar por Moisés. Ele foi aprovado esse ano e as aulas teriam início em março.


Não houve prisão até o momento. Nas casas dos investigados foram apreendidos telefones celulares, provas do Enem de 2019 a 2023 e manuscritos.


O QUE DIZ A DEFESA


Defesa disse ao Fantástico, da TV Globo, que investigados são inocentes. "Nós provaremos que André e Eliesio são alunos de medicina e são inocentes. Não existe recebimento pelo André de nenhuma quantia para fazer a prova em nome de terceiros", afirmou Diego Freites, advogado de André e Eliesio.


"Quem fez a prova foi o próprio Moisés", alegou Jordano Matias, advogado do terceiro estudante. "Ele está inteiramente interessado em apoiar e cooperar com a polícia e com a Justiça Federal para que esse assunto seja o mais rápido possível solucionado", complementou.


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