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Escolas não recebem apoio nem ferramentas para lidar com bullying, diz especialista

Isabela Palhares - Folhapress
23 out 2023 às 20:30

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- Pexels
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Desde 2015 o Brasil conta com uma lei nacional de combate ao bullying, mas poucas ações foram implementadas para dar apoio, ferramentas e formação para as escolas enfrentarem esse tipo de violência. Essa é a avaliação da pesquisadora Cleo Garcia, que estuda ataques no ambiente escolar.


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Nesta segunda (23), um aluno de 16 anos entrou armado na Escola Estadual de Sapopemba, na zona leste de São Paulo, e efetuou disparos contra estudantes. Uma aluna morreu. Outras duas estudantes, também baleadas, foram socorridas e levadas para o hospital.

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Segundo relatos, o atirador era alvo constante de bullying. A Folha teve acesso a dois vídeos que mostram o adolescente sendo agredido física e verbalmente. Em um deles, as agressões acontecem dentro da sala de aula.

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"Esse caso expõe a realidade que a maioria das escolas enfrentam, da falta de apoio e condições para lidar com o bullying. A gente tem uma legislação sobre o tema, mas poucas ações são de fato implementadas para ajudar a lidar com esse problema", afirma Cleo.


"O bullying tem uma dinâmica específica, ele se dá entre as crianças e os adolescentes, escondido dos adultos. Os alunos sabem que aquela violência é errada, mas não denunciam por medo ou cumplicidade. Então o combate depende de uma mudança no clima escolar, de gerar confiança para que as agressões sejam denunciadas", acrescenta a especialista.

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Para ela, falta apoio do poder público em dar formação e capacitação aos educadores para melhorar o clima no ambiente escolar.


"Quando acontecem ataques assim, o poder público corre para anunciar medidas e mostrar que está preocupado, mas são medidas inócuas. Uma situação como essa poderia ser prevenida se os professores e a gestão escolar tivessem formação para identificar, lidar e combater o bullying", diz.

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Em abril, após o ataque à escola estadual Thomazia Montoro, na zona sul de São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou que contrataria vigilantes particulares e psicólogos para atuar de forma preventiva na rede estadual.


Na ocasião, especialistas em violência escolar alertaram que as medidas não eram eficientes para combater ataques em escola. Estudos indicam que a prevenção depende de uma série de medidas para promover um ambiente escolar mais pacífico e acolhedor, além da construção de uma rede intersetorial.


"A escola precisa de uma rede de proteção a quem recorrer. Não adianta ter um psicólogo atuando na escola se ele não puder encaminhar alunos com depressão ou outros transtornos para um atendimento médico especializado, por exemplo. O conselho tutelar e a rede de saúde precisam atuar em conjunto com as escolas."


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