“A gente está em um sistema de educação e temos que atuar como tal nos outros níveis também. Há muita coisa a ser feita, mas a primeira é redignificar o papel das universidades”, afirma Ricardo Marcelo Fonseca
Um telefonema oficial recebido na última segunda-feira (14) confirmou o nome do reitor da UFPR (Universidade Federal do Paraná) e presidente da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), Ricardo Marcelo Fonseca, para compor a equipe de educação no Gabinete de Transição do governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O anúncio feito pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), não foi exatamente uma surpresa, visto que Fonseca já havia sido sondado na sexta-feira (11) para integrar o grupo técnico, mas ele se disse honrado com o convite e “ciente do peso da responsabilidade”.
“Achava que seria natural que o conjunto das universidades federais fosse integrado nesse processo. Fiquei bastante feliz porque sei que o momento de transição é de muitas possibilidades, de somar as forças”, disse o reitor nesta terça-feira (15), em entrevista à FOLHA.
A sua participação na equipe técnica é a oportunidade de dar voz ao ensino superior, especialmente o ensino superior público, e também uma forma de prestigiar a Andifes no que ele considera um processo de reconstrução do próximo ciclo, que começa com um diagnóstico da realidade das instituições. Um dos maiores desafios apontados por Fonseca é a questão orçamentária.
Além do bloqueio de R$ 3,2 bilhões feito pelo atual governo, em junho passado, no final de setembro houve um corte de R$ 2,4 bilhões nas verbas de custeio. “Entre maio e junho deste ano, houve um bloqueio de quase 15%. Devolveram metade depois, mas ainda sobrou um corte de 7,2%. São recursos que saíram da educação e foram atender outros ministérios”, relembrou Fonseca.