Uma profissão de destaque e de base ao desenvolvimento do país, a Engenharia se mantém valiosa à sociedade ao ser instrumento para o crescimento econômico e melhoria social. A profissão, que segundo o Crea-PR, possui 93.275 registros apenas no Paraná, sendo 3.634 nos municípios da Regional de Guarapuava, se vê também desafiada pelo futuro e pelas mudanças sociais que acompanham e impactam o universo da Engenharia.
O Brasil celebra nacionalmente o Dia do Engenheiro neste domingo (11). Em nosso Estado, a profissão é uma das alavancas desenvolvimentistas atuais, tanto na esfera pública quanto na iniciativa privada. Mas, frente ao contexto de modernização, como os engenheiros e engenheiras paranaenses têm se preparado para enfrentar esse novo mercado que exige muito mais que um profissional técnico? O que o mercado do futuro espera e exigirá dos profissionais da engenharia?
Para o Engenheiro Florestal, Advogado, Professor Universitário e Coordenador do Colégio de Entidades de Classe da Regional de Guarapuava, Clodoaldo Cleverson Goetz, entre as softskills necessárias já para o mercado da atualidade, estão requisitos que vão muito além da técnica. “O profissional deve obter habilidades interpessoais e mentais para atuação no mercado contemporâneo, ou seja, conseguir manter relações com as outras pessoas envolvidas em seu dia a dia do trabalho de maneira satisfatório. Também deve estar preparado psicologicamente aos desafios que a engenharia apresenta, ter controle mental é fundamental”, apontou.
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A esse perfil, o Engenheiro Eletricista, coordenador do curso de Engenharia Elétrica do Centro Universitário Campo Real e atual coordenador do Colégio de Instituições de Ensino da Regional de Guarapuava, Carlos Roberto Borsato, acrescenta ainda o “trabalho em equipe, respeito as diferenças, reconhecimento de suas falhas, oferecer e receber feedback sem hostilidade e, principalmente, que trabalhe com ética”.
Isso acontece porque, reconhecidamente entre os profissionais e a sociedade como um todo, o papel do engenheiro se transformou, modernizou e expandiu: atualmente, esses profissionais precisam ter muito mais do que apenas a habilidade com números. “Além da formação técnica, é fundamental ter uma visão abrangente do mercado, voltada para a resolução de problemas, interação com as diversas áreas das engenharias, iniciativa e criatividade, habilidade e maturidade emocionais para enfrentar a incertezas. A gestão e liderança sempre estiveram presentes na formação da engenharia e continuam sendo fundamentais”, ressaltou Borsato.
As mudanças e novas qualificações exigidas dos profissionais da engenharia são resultado das revoluções industriais que vivemos, do movimento da indústria e da engenharia 4.0, além da ótica mercadológica que se transformou. O futuro, para os profissionais engenheiros, prevê a exigência de uma visão criativa, empreendedora (mesmo para funcionários de empresas, visto o crescimento que desponta no intraempreendedorismo) e responsável socialmente. Projetos que respondam às demandas urgentes da população, a partir da sustentabilidade e atenção às causas ambientais serão os grandes desafios.
Segundo o Engenheiro Florestal Clodoaldo, essa já uma nova realidade a qual o profissional precisa estar adaptado, consciente de que, por muitas vezes, seja necessário buscar contato extrapolando o ambiente de formação. Técnica. “Essa nova realidade, muitas vezes, a universidade não ensina”. Por isso, para quem deseja se aventurar e se realizar na Engenharia, a dica é para que “procure conhecer e, se possível, conviver um pouco com a profissão para ter uma experiência viva da futura realidade. Entender que a engenharia é uma profissão importante para o desenvolvimento e o engenheiro é a peça principal”, sugeriu.
O caminho, não somente para aqueles que veem na engenharia sua profissão do futuro, mas também para aqueles que já a vivem no dia a dia e desejam ser parte do futuro dela, a sugestão é não se acomodar. É preciso consciência que a engenharia e, por consequência, seus profissionais, estão em constante evolução.
“Cada vez mais as nossas simples atividades cotidianas como pedir para Alexa ligar um equipamento/luz, usar a TV para ver Netflix, trocar mensagens, fazer vendas/compras pelo celular e os eletrodomésticos interligados tornam-se mais complexas para os desenvolvedores, ao passo que ficam mais intuitivas para os usuários. Então, o fundamental é não se acomodar, ter curiosidade e ficar atento às novidades, utilizar a tecnologia e os recursos para buscar informações úteis. Cada vez mais o engenheiro e a engenheira devem desenvolver habilidades socioemocionais para identificar, entender e resolver problemas, trabalhando as relações interpessoais em paralelo com o conhecimento técnico. Em suma, seja curioso, pergunte, questione e, principalmente, respeite as diferenças e opiniões”, aconselha Borsato.
Dia Nacional do Engenheiro
No Brasil, a data surgiu a partir do Decreto de Lei nº 23.569, de 11 de dezembro de 1933, que regulamenta e oficializa as profissões de Engenheiro, Arquiteto e Agrimensor no Brasil. Ela homenageia todas as especialidades da engenharia. O decreto publicado na data também criou o sistema Confea/Crea para fiscalizar e orientar o exercício da profissão.