As praias e piscinas são um convite para curtir o feriado do carnaval, um dos últimos do verão. Para aproveitar ao máximo os poucos dias de descanso, muitas pessoas acabam ficando o dia inteiro na beira do mar ou piscina, com biquínis, sungas e calções molhados, o que pode favorecer o desenvolvimento de infecções.
“A umidade faz com que a região íntima possa ser contaminada por bactérias, que ascendem pela uretra, causando infecção urinária. Por isso, é muito importante não ficar com roupa íntima molhada por muito tempo”, recomenda Júlio César Foiatto, urologista do Hospital São Vicente Curitiba.
A infecção mais comum nesta época é a cistite, causada pela Escherichia coli, uma bactéria que faz parte do trato gastrointestinal e acaba se proliferando com a umidade ou até falta de higiene, provocando ardência para urinar, aumento da frequência urinária, alteração da cor da urina e sensação de bexiga cheia, mas com pouca urina quando a pessoa vai ao banheiro. “Em casos mais graves pode evoluir com febre. Esse é um sintoma preocupante e que sempre deve levar o paciente a procurar o atendimento médico”, observa o médico.
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Independente de qual sintoma a pessoa tenha, a infecção urinária sempre deve ser tratada para evitar complicações. “A principal complicação é quando a bactéria acomete os rins, causando a pielonefrite. O sintoma clássico é a febre associada à dor lombar, abaixo das costelas”, salienta Foiatto. “Nesse caso, já há comprometimento do rim e, caso não tratada, a infecção pode ir para o sangue e levar a sepse, que é uma infecção generalizada”, alerta.
Queda de imunidade
O calor e a umidade na região íntima associada à queda de imunidade também facilitam a proliferação de fungos, que acabam provocando a candidíase, especialmente entre as mulheres. “A candidíase, embora muitas pessoas acreditem, não é considerada uma doença sexualmente transmissível. Porém, se ambos em um casal apresentarem sintomas, devem ser tratados. Ela está relacionada com a imunidade de cada um”, detalha a ginecologista Fernanda Tha Hiraga.
A doença causa sintomas de irritação, como prurido, ardência genital e inchaço. Embora não tenha complicações graves, Fernanda Tha Hiraga lembra que a candidíase é desconfortável e precisa de tratamento para não se prolongar. “Se não tratada corretamente pode evoluir com casos recorrentes, pois o fungo pode ficar resistente aos tratamentos padrões”, ressalta.
Otite de verão
Sensação de muita dor no ouvido, som abafado e, em casos mais graves, secreção amarelada. Esses problemas também são comuns nesta época do ano devido à otite. “É uma inflamação do ouvido, que pode ocorrer desde a orelha até o tímpano. Considerando o verão, a principal inflamação é da parte de fora”, aponta a otorrinolaringologista Mariele Bolzan Lovato.
Ela explica que esse tipo de inflamação, chamada popularmente de otite de verão, ocorre justamente pela maior frequência de banhos de mar e de piscina, fazendo com que o ouvido fique úmido por muito tempo e as bactérias do local acabem infeccionando.
A orientação é sempre procurar um atendimento médico, pois além de serem necessários antibióticos, em alguns casos, a otite pode ocasionar outro problema mais grave. “Sem o tratamento correto, a infecção pode afetar o osso do ouvido, o mastoide, levar a uma mastoidite e necessitar de uma hospitalização. Pacientes com diabetes têm tendência a fazer infecções mais graves, então precisam ficar mais atentos”, frisa a otorrinolaringologista. “Nunca devem ser feitas receitas caseiras como colocar azeite morno, pois pode infeccionar ainda mais. O que pode ser feito para aliviar um pouco a dor é uma compressa morna com água na parte externa”, indica.
Como prevenir essas infecções?
Para evitar que o descanso seja interrompido por uma doença, os especialistas indicam as principais atitudes que ajudam a evitar essas infecções.
- Não ficar com roupas de banho úmidas por muito tempo, assim como roupas molhadas de suor;
- Não deixar o ouvido úmido. Sempre limpar por fora com uma toalha e, caso sinta que ainda tem água, procure chacoalhar a cabeça para o lado para facilitar a saída;
- Ingerir muita água – a quantidade ideal é a multiplicação de cerca de 30 a 35 ml pelo peso da pessoa;
- Manter os cuidados de higiene na região íntima para evitar proliferação de bactérias e fungos;
- É importante ter hábitos saudáveis, que ajudam a prevenir uma queda de imunidade, como: praticar exercícios físicos regulares, ter alimentação balanceada, sono regular e controlar o estresse.