Foi numa corrida de Stock Car que um devedor foi notificado pela Justiça. Postagens nas redes sociais permitiram que a equipe da Jive, gestora de recursos especializadas em recuperação créditos inadimplentes, abriram o caminho para a companhia a correr atrás do empresário que alegava não ter dinheiro para pagar as contas. "Foi um trabalho de detetive. Descobrimos que ele tinha off shore no Uruguai e andava de jatinho para lá e para cá. Ele também tinha casa de luxo em Angra dos Reis e também nos Estados Unidos. Checamos todas as informações. Depois, levamos para a Justiça para provar que as alegações dele eram infundadas", disse Guilherme Ferreira, sócio da Jive.
Com uma equipe de 106 pessoas, a gestora também conta com robôs para fazer o rastreamento de dados. A Jive tem uma lista de 3 mil CNPJs devedores e cerca de 900 imóveis recuperados.
"A inteligência artificial tem ajudado muito nos últimos anos no processo de recuperação de créditos podres na Europa e também avança em outros países", diz Nestor Rêgo, presidente da consultoria portuguesa Prime Yield, especializada em avaliação patrimonial. "A maior agilidade nos processos judiciais no Brasil também tem contato a favor para levantar mais recursos devidos", afirma o executivo da consultoria.
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Trabalho investigativo
Na Enforce, controlada pelo BTG Pactual, esse trabalho investigativo é rotina na equipe de 130 pessoas do banco, afirmou Alexandre Câmara, presidente da companhia. Em uma busca de bens contra um determinado devedor, a empresa descobriu que o empresário batizou o nome de sua mulher em um barco que pertencia à empresa de offshore dele.
A Enforce conseguiu localizar a empresa offshore, proprietária do barco, e toda a cadeia de blindagem patrimonial do grupo no exterior. Resultado desse trabalho: a localização de mais de R$ 200 milhões em patrimônio e um acordo para encerrar este processo.
Também foi nas redes sociais que a empresa do BTG colocou fim a um processo que se arrastava por 22 anos contra um devedor de elevado patrimônio, mas com uma dívida de R$ 1 milhão - valor irrisório se comparado a suas dívidas. Depois de ostentar uma foto no Instagram ao lado de uma Ferrari, que ele alegava ter pago à vista, a companhia começou a rastrear os passos dele.
Com postagens tomando vinhos caros (mais de R$ 1 mil a garrafa) em cenários paradisíacos ao redor do mundo, a Enforce conseguiu juntar todas as informações e levou ao juiz do caso uma petição demonstrando a má-fé do devedor, que teve seu passaporte, cartões de crédito e carteira de motorista bloqueados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.