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Pais são pais; não são amiguinhos.

04 jun 2010 às 15:40

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PAIS SÃO PAIS; NÃO AMIGUINHOS.


Falemos de família; falemos de filhos; falemos de responsabilidades! Nenhum adulto pode eximir-se da responsabilidade de ajudar a educar os jovens com os quais convive, sejam eles filhos, sobrinhos, irmãos mais novos, filhos de amigos, alunos; sejam eles o que forem! Cada um de nós, adultos, é responsável por uma parcela da educação dos jovens com quem convive.

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É muito comum, porém, vermos situações nas quais chegam à escola mamães de jovenzinhas de treze ou quatorze anos, dizendo-se muito amigas de suas filhas e pedindo à coordenadora da escola, ou ao coordenador, que resolva determinada situação problemática. Não pedem que se ajude a resolver a situação; pedem que a escola a resolva; aliás, exigem a resolução do problema, porque "eu sou tão amiga de minha filha; não posso conversar sobre isso com ela...". Não se deram conta de que mãe é mãe, e não amiguinha; pai é pai, e não amiguinho. Temos de ser amigos dos jovens, sim, mas não como os que têm a mesma idade deles.

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DESISTIRAM DE EDUCAR.

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Há inúmeros pais e mães que desistiram de educar, que convivem com seus filhos como convivem com seus colegas de trabalho, chefes ou funcionários. Conviver, porém, não significa apenas viver sob o mesmo teto, como o fazem os estudantes que compartilham a mesma casa ou apartamento durante os anos da faculdade, a famigerada "República". O "conviver" que nos interessa para a boa formação do caráter dos jovens é o que, segundo o dicionário Aurélio, significa "viver em comum com outrem em intimidade, em familiaridade" ou ainda, segundo o dicionário Houaiss, "ter relações cordiais; dar-se bem com alguém". Essa é que é a questão: dar-se bem com alguém! Isso significa viver em harmonia com essa pessoa, comunicar-se efetiva e afetivamente com ela, ter um relacionamento cordial e amistoso com ela e, logicamente, conhecê-la intimamente.


Muitos são os lares respeitados e tradicionais, cujos familiares não convivem como há de ser o ideal a uma família; apenas "vivem com" os demais: encontram-se de vez em quando pelos cômodos da casa; almoçam e jantam à mesma mesa todos os dias; assistem à TV juntos; apreciam os mesmos programas; até brigam esporadicamente. Esquecem-se, porém, de que, para existir família de fato, há de haver intimidade entre seus membros. Ser íntimo de alguém, segundo o dicionário Aulete, é "ser ligado por estreita amizade"; é, portanto, conhecer o outro a fundo, saber de seus anseios, de seus medos, de seus desejos; é conhecer o seu passado e seu futuro; é estar sempre junto, mesmo quando estiverem distantes.

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CONHECIMENTO RECÍPROCO.


Necessariamente, para se ser íntimo de alguém, há de haver conhecimento recíproco. Cada um tem de conhecer o outro a fundo; tem de conhecer seus sentimentos, seus pensamentos, suas reações diante das adversidades, suas alegrias, suas "neuras", seus gostos e seus interesses. Família cujos membros não se conheçam não é família de fato, mas somente um grupo de pessoas que moram juntas.

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As crianças que crescem nesses grupos cujos membros apenas vivem um com o outro têm vida afetiva pobre e pouco exemplo da família de como se socializar, por isso dependem mais dos professores para desenvolver sua aprendizagem e para ter a educação social básica. Os professores, porém, não têm intimidade suficiente com seus educandos para estabelecer uma afetividade rica e profícua.


Não há possibilidade de o(a) professor(a) e seus jovens alunos se conhecerem suficientemente para estabelecer o vínculo necessário. O resultado é que, cada vez mais, há problemas sérios de aprendizagem e de socialização de crianças de tenra idade. Estas devem ser ajudadas pelos pais, amorosamente, para se prepararem para serem adultas. Se não houver essa ação por parte dos pais, as instituições educacionais terão de ensinar, não afetivamente, mas pela força, o que só fará formar jovens rebeldes e indisciplinados; jamais adultos conscientes e éticos.

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FALTA DE AFETO, DE INTIMIDADE.


As dificuldades enfrentadas por muitas crianças em sala de aula, diagnosticadas precipitadamente como hiperatividade ou como déficit de atenção, são, muitas vezes, falta de afeto em casa, falta de intimidade com os pais. Essas crianças abandonadas afetivamente têm falta de referência paterna e materna, o que pode desequilibrar o desenvolvimento psíquico delas.

É importante, portanto, que todos os adultos observem atentamente que tipo de relacionamento têm tido com os jovens com os quais convivem, para que consigam enriquecer-se afetivamente e, assim, contribuir para que eles tenham um desenvolvimento psíquico proveitoso e se formem cidadãos de fato.


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