Muitos já decretaram a morte do jornal impresso. Alegavam que o rádio o substituiria; depois, a televisão. Hoje, o seu suposto carrasco é a internet. Ele, porém, continua saudável e acorda cedo todos os dias. Toda madrugada lá está ele à nossa espera no jardim de casa. Aliás, eles, pois em casa recebemos três jornais diariamente. Não os lemos na íntegra, obviamente, mas aquilo que nos interessa. E sempre há algo interessante e edificante. Sempre há algo a aprender nos jornais, pois nele não há somente informações; há também a formação educacional.
O JORNAL EM SALA DE AULA
O jornal é um aliado extremamente importante para o Educador consciente. Todos os professores, de todas as áreas, não somente o de Comunicação, deveriam usá-lo em sala de aula para estimular seus alunos a aprenderem mais e, assim, apreenderem mais adequadamente o que lhes é ensinado. O professor de História tem em mãos a História viva, em tempo quase real; não precisa esperar que os acontecimentos sejam inclusos no material didático nem pode apenas ‘ensinar o passado’, como diz Gilberto Dimenstein. O professor de Matemática tem inúmeros gráficos e tabelas à sua disposi-ção. O de Ciências, reportagens interessantes sobre a vida e sua química. O de Geografia pode aproveitar o caderno de turismo e a seção sobre o tempo. O de Português tem centenas de textos para analisar e interpretar, que servirão de modelo para a formação do hábito de escrever. Basta ao professor ser curioso e esforçado.
O JORNAL EM CASA
Todos os pais deveriam usar o jornal para estimular a curiosidade de seus filhos. Einstein já dizia que "a curiosidade vale mais que o conhecimento", uma vez que o conhecimento só se adquire a partir da pesquisa. Quem não tem curiosidade, não pesquisa; quem não pesquisa, não adquire conhecimento, que está no interior dos livros; se ninguém os ler, lá ficará o conhecimento sem ninguém o adquirir. Se houver a curiosidade, adquirirá o conhecimento; caso contrário, não; por isso a curiosidade é mais importante.
Desde pequeninos, os jovens devem aprender a manusear um jornal, aproveitando o caderno infantil; depois a seção destinada a adolescentes, sempre entrando em contato com os acontecimentos de sua cidade, de seu país e do mundo. Mas, de nada adianta os pais exigirem a leitura, seja de jornais, de revistas ou de livros, se não derem o exemplo. É importante que os pais também adquiram o hábito da leitura e que estimulem seus filhos a fazer o mesmo.
CONSCIÊNCIA INGÊNUA
Os fatos estão expostos dia a dia nos jornais. O contato com eles leva o indivíduo a conhecer melhor a sociedade e, consequentemente, a humanidade. Aqueles que não se preocupam com os acontecimentos de sua comunidade, tampouco se interessam pelos grandes acontecimentos do mundo. Tornam-se cidadãos de consciência ingênua.
CONSCIÊNCIA CRÍTICA
Muitos jovens assistem aos jornais televisivos e, logo em seguida, à telenovela ou ao filme da noite. Como não adquiriram a consciência crítica, e sim a consciência ingênua, têm dificuldade em discernir o que é fato do que é ficção. O ingênuo não tem capacidade intelectual de, no subconsciente, distinguir que, no jornal televisivo, o que é mostrado é fato e que, na novela e no filme, é ficção. Transforma-se num cidadão insensível. A leitura ajuda a evitar tal acontecimento, pois exige concentração e, posteriormente, raciocínio aprofundado, quando ingressar em leituras mais edificantes, o que leva o indivíduo a pensar.
INSTRUMENTO DE EDUCAÇÃO
A informação contribui para a formação integral do indivíduo. O jornal é veículo de informação. Tem de ser, portanto, utilizado como instrumento de Educação por todos os responsáveis pelo desenvolvimento dos jovens. Só assim poderemos de fato melhorar o nível educacional de nossos cidadãos. É responsabilidade de cada um de nós. Mãos à obra, então.