Caminhos de ascensão

VAMOS FALAR DE DUENDES

26 fev 2010 às 19:23

Recentemente um médico de Maringá, em artigo publicado na FOLHA DE LONDRINA, ridicularizou a homeopatia e comparou os que crêem nela com os que acreditam em duendes. Houve pronta reação e muitos defenderam a homeopatia, mas não se referiram aos duendes. E, creiam ou não, eles existem. Se falo de duendes não é para fazer a defesa dessa classe de seres viventes e sim dizer que há muita coisa que a natureza esconde ou não revela flagrantemente. Há pessoas que se acreditam, elas próprias, matéria pura, e se não se conhecem a si mesmas não podem ter o entendimento de que são seres também de natureza supra-física. Assim, não irão acreditar em nada mais do que sua visão carnal alcança.

Muitos médicos são apegados à materialidade, e por só se ocuparem da fisicalidade de seus pacientes não conseguem curar todas as doenças, porque não imaginam que a maioria delas tem origem extra-corpórea. Isto não tem nada a ver com duendes, mas é certo que estamos rodeados de uma infinidade de seres, luzes, cores e sons e tantas outras realidades desconhecidas, invisíveis aos olhos da maioria mas que estão em toda a parte.


Os duendes são seres pequenos e têm formas semelhantes às humanas. São joviais, amistosos, brincalhões e às vezes fazem travessuras e escondem nossas coisas. Vivem no interior das casas e nas matas, e como são seres em evolução – assim como todos os demais – exercem as suas missões. Alguns cuidam das plantas, que – oportuno citar-se, dão suporte à homeopatia. Pela sua natureza, podem viajar por outras dimensões. Fazem parte da categoria dos gnomos, e se povoam o universo das lendas – como o das fadas – isto não ocorre em vão e sim porque eles são reais. As lendas perpetuam lembranças de realidades, da mesma forma que guardamos na memória remota fragmentos de outras existências que já vivemos.


Há cinco mil anos os duendes já eram mencionados na literatura sânscrita e também no antigo Egito. Muitos dos que amam e respeitam a natureza e a Terra os vêem. Os dicionários dizem que eles são seres imaginários, mas estes livrões não são mais que letra morta e não definem a realidade de certos vocábulos. Ocupam-se da etimologia das palavras mas não penetram no âmago do que muitas delas realmente significam. A Cabala e o Talmud também se referem a esses espíritos da natureza.


Para quem não sabe, a Cabala é a doutrina esotérica que visa o conhecimento de Deus e do Universo. É a vertente mística do judaísmo e fala das leis de recepção e da abertura aos planos mais elevados. Já o Talmud contém as leis e rituais e tem seu pilar central na Torá, que é a pedra fundamental dessa tradicional corrente dos hebreus, podendo-se entendê-la como a ultrapassagem dos limites da tradição ortodoxa. Ela aponta que Deus está sobretudo dentro de cada um.

A menção que faço aos duendes decorre da ironia do médico citado, mas é uma oportunidade de lembrar que ``há mais coisas entre o Céu e a Terra do que supõe nossa vã filosofia´´, como disse Shakespeare pela palavra do príncipe em sua tragédia. Pudesse o homem vislumbrar essas coisas mais, ou crer nelas mesmo sem vê-las, a vida se descortinaria diante dele muito mais maravilhosa.


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