Caminhos de ascensão

MELHORAR-NOS COMO PESSOAS

26 fev 2010 às 19:19

Tenho escrito em meus artigos na FOLHA DE LONDRINA que não teremos governantes melhores se o conjunto da sociedade também não se melhorar. Eles são egressos do meio social e refletem o idêntico espírito público desse ambiente.

Quanto a nós, temos comparecido às urnas porque é obrigatório, e depois do voto ficamos atentos à apuração, mas apenas para saber se o nosso candidato foi eleito. Aí encerramos nossa participação no processo e justificamos nossos hábitos impatrióticos nos impatriotismos governamentais.


A conduta dos cidadãos gerará governantes de conduta idêntica. A sociedade fornecerá bons homens públicos se ela tiver bons cidadãos em seu meio. Porque carregamos em nós os mesmos valores positivos e negativos dos políticos. Inútil pensar que os melhoraremos se não nos melhorarmos como corpo social.


Temos buscado refúgio nos valores da família, da escola, da igreja e até nos governos, mas essas instituições nada mais são que nós próprios. Não melhoraremos a família se não nos melhorarmos individualmente.


Também não iremos melhorar a escola se não nos tornarmos melhores como cidadãos, porque é do nosso meio que saem os educadores. Se não tivermos uma elevada formação moral eles também não a terão. Se não soubermos ensinar nossos filhos quanto aos valores fundamentais, como irão eles fazê-lo?


Engano pensar que as famílias, apenas por si, farão boas pessoas, porque são boas pessoas que farão uma boa família. Assim com a escola, a religião, a empresa, o governo, a comunidade. Nos equivocamos ao pensar que a escola preparará o homem de amanhã, porque é o homem de hoje que fará boa uma escola.


Temos imaginado que a igreja irá nos melhorar e melhorar os nossos filhos, mas os homens que estão lá dentro são os mesmos que estão aqui fora. Se estes se tornarem mais virtuosos, a igreja também se tornará, e assim se iniciará um processo virtuoso em cadeia.


Já escrevi que não teremos bons representantes públicos se não formos uma sociedade capaz de produzi-los. Temos, portanto, de começar por nós mesmos. Não há outro caminho, a não ser que desejemos continuar nos lamuriando contra eles. O processo é complexo e demorado.


Um sociedade sadia se forja pelo correr dos anos e quando há um propósito sério nesse sentido. Sempre queremos que os outros comecem primeiro, mas os outros somos nós. Os problemas e as soluções são de responsabilidade de cada um e de todos em conjunto.

A corrente das nossas irresponsabilidades, grandes e pequenas, vai se cristalizando no nosso inconsciente, incorpora-se ao inconsciente coletivo e aí as coisas ficam mais difíceis de controlar.


Continue lendo