A humanidade sempre esteve ligada ao mistério, porque uma chama interior veio mantendo em cada indivíduo a crença em algo superior, especialmente o indecifrável enigma acerca da vida depois desta.
É presente a convicção da sobrevivência após o desenlace carnal e de que iremos para algum lugar. Pelo menos o catolicismo, o islamismo e o evangelismo classificam como três as moradas de todo o Cosmo: Terra, Céu e Inferno.
Civilizações antigas e povos indígenas já realizavam seus cultos e elevavam o pensamento para o alto. Estes últimos, sobretudo os das Américas do norte e central, eram espiritualmente evoluídos. Tinham a concepção de um poderoso regente dos céus e um grande respeito pela natureza.
Também as lendas robusteciam (como ainda hoje) a crença na existência de seres especiais protetores das plantas, das águas, da terra, dos animais e de reinos como o do ar e o do fogo. Nesse entender, as fadas existem, e não apenas elas. (Lendas são memórias remotas de coisas vivenciadas, que a memória remota guarda).
A Suprema Criação também permitiu que viessem à existência os senhores das trevas e das tentações.
Não são necessários os ritos para sentir a presença de Deus – embora reforcem a fé – mas uma introspecção localizará mais facilmente esse mentor supremo, que nos fala do íntimo, pela intuição, e nos indica rumos a seguir.
São muitos os que, para crer, precisam saber de milagres (as coisas que consideram sobrenaturais), sem atentar que eles se manifestam em tudo que se move e se transforma. Outros precisam de líderes religiosos que os guiem, pelo comodismo de não desejarem pensar por si mesmos. E há os que são induzidos pelo temor de castigos eternos.
É certo que, face a uma baixa densidade moral, poderemos logo após este desencarne passar por umbrais, que são lugares nada agradáveis, até que nos cheguem lampejos de claridade e sejamos recolhidos para locais de recuperação. Estes são os estágios de preparação para nosso eventual retorno à Terra (por quantas vezes isto for necessário) e, na continuidade, possamos alçar vôo para dimensões mais elevadas, até onde não podemos sequer imaginar. [email protected]