A mulher é mais frequentemente movida pela intuição e pelo sentimento, atributos que também pertencem ao homem mas vieram perdendo intensidade nele. Um foco de divergências estabeleceu-se.
Agora essa situação tende a alcançar um ponto de convergência harmônica - pelas novas leis em defesa da mulher e pela progressiva conscientização. Que precisa ser mútua, porque também a mulher deve saber que não pode extrapolar limites em sua luta reivindicatória e nem perder seu traço de feminilidade, porque é nele que reside o seu poder.
A era do separatismo e do arbítrio está acabando, e os agentes dessa transformação são os próprios cidadãos do mundo. Uma expansão das consciências, em todos os sentidos, vem ocorrendo.
Toda mudança para melhor deve acontecer a partir de cada um, e assim os movimentos externos se formam e se corporificam. Uma só pessoa pode despertar uma multidão, e uma só nação pode mobilizar a humanidade inteira. O que agora acontece em pontos do mundo árabe é um exemplo.
No caso das dissidências pontuais existentes entre o homem e a mulher, há ainda resquícios de histórias cármicas, e é preciso transmutar isso. A questão não se restringe aos direitos da mulher mas tem a ver também com a necessidade de libertar o homem do seu machismo nocivo. Porque ele é igual vítima de si mesmo ao permanecer acorrentado ao atavismo doentio que o impulsiona à dominação.
A necessária junção dos eus masculino e feminino não é apenas uma questão de democracia e de convivência entre sexos, mas transcende as leis conhecidas. É um exercício espiritual e significa reavivar o componente feminino do homem e o componente masculino da mulher - porque essa bipolaridade está presente em tudo que tem vida, e assim se estabelece o equilíbrio. A quebra desse princípio gera a desarmonia.