É comum ouvir pessoas se lamentarem que o tempo vai passando e elas não gozaram a vida. Porque, como dizem, não reuniram meios suficientes para ter uma boa casa, um bom automóvel, objetos e roupas de mais qualidade, comidas e bebidas melhores, viajar e ir às festas e assim por diante.
Outros (caso comum de muitos homens) sentem-se frustrados por não haver desfrutado mais da convivência com muitas mulheres; e dentre elas há as que não se consideram felizes por não haver encontrado o companheiro ideal.
Obter felicidade por conta de bens materiais não deixa de ser um gozo da vida e um direito, mas há muitas outras coisas de elevada sublimidade que enriquecem a vivência terrena, e percebe-las depende do grau de evolução de cada um e do que lhe causa satisfação.
Observar todas as coisas com olhar de beleza e perfeição (porque mesmo os infortúnios têm sua razão de ser) é uma forma de sentir-se bem, e isto também é gozar a vida. Assim como viver em harmonia com todas as coisas.
Amar as pessoas e aproveitar a oportunidade de servir é sem dúvida um prazer, se é que atribuímos importância à razão e à arte de viver.
Podemos sentir imensa alegria desejando e conquistando todos os bens no início citados, mas se ficamos inebriados com os prazeres do mundo perdemos a consciência acerca de outros valores e podemos cair em profundo vazio.
Isto é que tem deixado muitas pessoas deprimidas. Porque não cultuam, paralelamente, coisas que lhes tragam felicidade mais consistente e duradoura.
Todos os bens terrenos foram criados para desfrute do homem, mas que não haja apego exacerbado a eles.
O dinheiro e todos os mecanismos de facilitação da vida humana devem ser usados como forma de nos tornarmos mais úteis, a nós próprios e ao meio em que vivemos.
Viver em paz é uma forma de gozar a vida. Não a paz dos omissos e acomodados mas a paz dos responsáveis e conscientes.
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