Goethe, poeta alemão, escreveu para Carlota von Stein: ``Mas ah, em dias de outras vidas tu fostes minha irmã, ou talvez minha mulher´´. Origenes, eminente teólogo grego do segundo século, afirmava que a alma é preexistente ao corpo e volta a encarnar. Os druidas, que formavam uma evoluída civilização dois mil anos antes de Jesus, acreditavam na lei do carma (a da causa e consequência) e nos desenlaces e nascimentos sucessivos de um mesmo ser, até o alcance do estado de purificação.
Os essênios, de cujo meio viera Maria, cultuavam esse mesmo princípio, e com eles Jesus jovem conviveu por certo tempo, e nunca os negou. São Gregório e São Jerônimo falavam da transmigração das almas. São Thomás de Aquino comunicava-se com os habitantes de outros mundos. Jesus disse, no Conclave da Coroa, que a reencarnação é a manifesta misericórdia de Deus e a esperança de evolução e auto-elevação até os planos mais altos.
Os fenômenos espíritas vêm de eras remotissimas, e por volta de 1850 o pensador francês Allan Kardec codificou a doutrina espírita, de forma que a humanidade pudesse entende-la. Ele declara haver, para tanto, recebido ordem do Alto. A ``ressurreição da condenação´´, a que se referiu Jesus, parece não fazer outro sentido senão o da repetição de vivências terrenas.
Essas vindas e idas visam o aperfeiçoamento e a salvação. E salvação, de que tanto se fala, não é escapar do ``fogo do inferno´´, porque tal inferno não existe, embora a sujeição temporária aos umbrais, ou purgatórios, de que falam todas as religiões. Salvação é transpor o portal que nos introduz no reino da imortalidade, ou seja, o fim dos ciclos da morte, o que se alcança na sexta e sétima dimensões, segundo o Livro do Conhecimento. (A Terra está na terceira dimensão).
Melhor do que o conceito de um Deus punidor, que nos mandaria para uma fornalha, é o Seu alento misericordioso dando-nos a contínua oportunidade da redenção.