Março, dia 18, 1955. Data em que aportei em Londrina e 55 anos que marcaram fortemente minha trajetória nesta cidade. Por isso celebro este evento, com reverência e agradecimento, pela oportunidade de haver, até aqui, exercido a vida e poder estampar meus escritos (reportagens, opiniões) durante todo esse tempo no jornal onde trabalho.
Receber o abrigo de um lugar, viver, poder mobilizar-se, são dádivas valiosas, que exigem a contrapartida da reciprocidade, e isto é que sempre leva a um exame e a um balanço sobre as nossas boas realizações em benefício do bem comum e sobre os malfeitos.
O que fazemos de certo ou errado em jornalismo é uma interrogação constante dos que exercem esse ofício com responsabilidade, porque a palavra que disseminamos e a letra impressa têm a força do dinamite, que pode romper barreiras obstrutoras do progresso humano ou causar danosa devastação.
Tudo o que o ser humano faz de bom ou de mau tem repercussão social, e isto ganha especial relevância no comunicador, no educador, no guia religioso, por lidarem mais diretamente com as pessoas e as influenciarem na sua formação e na sua conduta.
Sobre o jornalismo especificamente, é sempre tempo de repensá-lo, mas uma margem segura é exerce-lo de forma que oriente, edifique e contribua para a melhoria do seu meio de influência.
Além de informar e prestar serviço, deve ter principalmente o sábio discernimento de induzir as pessoas à reflexão e ao senso de responsabilidade e impulsiona-las para a tomada de posição e para a mobilização em favor do bem coletivo.
Melhor do que dar destaque para as tragédias e as imperfeições humanas será, sem omiti-las, levantar bandeiras e defender fórmulas de extinguir ou ao menos amenizar as causas que as geram.
Isto o jornalismo faz, mas será preciso um pouco mais de vigor e persistência nessa tarefa, que antes de tudo é missão.
Cinquenta e cinco. Quanto tempo! Maior o investimento nos anos, maior o compromisso e maior o peso das obrigações.
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