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Inimigo Público n.1 estréia neste sábado

09 dez 2005 às 11:00

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O documentário "Inimigo Público n.1" [2005, 46 min, cor e p&b, DV Cam], de Rodrigo Grota, estréia neste sábado, às 18 horas, no Museu de Arte de Londrina, dentro da programação do "Na Boca do Bode", uma revisão do festival de música realizado em 1973 e que revelou músicos como Arrigo e Paulinho Barnabé, Itamar Assumpção, Neuza Pinheiro e Robson Borba.

O filme, um ensaio visual sobre o show Clara Crocodilo, de Arrigo Barnabé, tem como objetivo principal mostrar como se constrói a música deste autor, tentando criar, em alguns momentos, uma narrativa que seja equivalente à estrutura utilizada pelo compositor: "O documentário preserva em sua estrutura alguns conceitos presentes na música de Arrigo, como a simultaneidade e a fragmentação, compondo um registro visual similar ao que o artista propõe em sua obra. Durante a produção do filme, sempre tentei me afastar de um certo tom informativo, didático. A minha intenção era me relacionar de forma subjetiva com a música do Arrigo, propondo aproximações sutis, nunca conclusivas", diz o diretor Rodrigo Grota.

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"A estrutura utilizada no documentário é composta por rupturas, incompletudes, algo não tão perfeito, tanto na imagem como no som, pois a música de Arrigo expressa essa imprecisão do mundo, o que exige do realizador do documentário um filme, por sua vez, imperfeito, inacabado [como gostava Goya], pois assim é o mundo. O termo inacabado, neste caso, nos remete à ausência de conclusões ou definições sobre Arrigo. O filme não pretende encerrar verdades sobre a obra do compositor, muito menos classificá-la, ordená-la sobre uma lógica que não é própria da música. Como já disse Flaubert, "a tolice é querer concluir". O objetivo é mostrar a obra de Arrigo em seu frescor, sua vitalidade incessante e múltipla, investigando novas possibilidades de fusão entre a música erudita e popular", complementa.

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Para realizar o ensaio visual, foram traçados alguns paralelos entre música e imagem: "Um dos princípios fundamentais da música do Arrigo é uma certa dissolução interna que ele faz da semântica musical, algo que Debussy, Schoenberg e Stravinsky criaram no começo do século passado. De forma bem simplificada, tentei criar alguns paralelos entre essa linguagem da música e a minha abordagem visual. Por exemplo: elementos sonoros como tonalidade, métrica, temperamento, forma, timbre e ritmo podem, sob um certo ponto de vista, ter seu equivalente visual na figura de temperatura de cor, escolha da lente a ser usada [grande angular, teleobjetiva], movimento de câmera [com tripé, grua, ou câmera na mão], enquadramento, foco e tempo de cada plano. Logicamente nada disso é definitivo. Trata-se de apenas um estudo inicial aplicado à música do Arrigo. Mas essas relações entre cores e sons não são novas. Kandinsky sempre tentou desnudar essas aproximações de duas linguagens que lidam basicamente com a sensibilidade humana".

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Seguindo essa proposta de narrativa, o universo musical de Arrigo Barnabé foi retratado por meio de uma linguagem fragmentada, difusa, simultânea, incompleta, com rupturas e digressões, tal qual a música do compositor: "Não usei tripés, correção de cor no momento em que filmava, correção de diafragma, nem movimentos harmônicos. Tentei fugir de tudo que é considerado válido e sólido quando falamos de cinema. Deixei também muitas imagens sem foco, fora de sincronia com o som, takes repetidos, imagens com pouca ou muita luz, trechos sem imagem. O objetivo era formar uma narrativa por meio dos sentidos, registrando o movimento pulsante da vida, sua assimetria e imprecisão, sua constante transformação, seu aspecto isomórfico", conclui Grota.


OUTRAS PARCERIAS

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Esta é a segunda vez em que Grota compõe imagens relacionadas à música de Arrigo. Em 2004, o primeiro curta do diretor, "Londrina em Três Movimentos", contou com trilha do compositor. Em 2006, Arrigo irá criar a trilha do filme "Satori Uso", quarto trabalho de Grota como diretor: "Sinto-me próximo da música do Arrigo no sentido em que ela é extremamente ligada à temática urbana, como ele próprio já afirmou, preservando um certo parentesco indireto com a opressão arquitetônica das grandes cidades, suas linhas e simetrias. Essa espécie de opressão prazerosa me fascina e me estimula a criar imagens".


O documentário "Inimigo Público n.1" foi gravado, em sua maior parte, entre 10 e 12 de setembro de 2004, fim de semana em que Arrigo Barnabé e a Banda Sabor de Veneno se apresentaram no Sesc da Vila Mariana, em São Paulo. A partir de trechos de ensaios e dos shows, são apresentadas as músicas Sabor de Veneno, Diversões Eletrônicas, Londrina, Acapulco Drive-In, Orgasmo Total, Office-Boy e Clara Crocodilo. A Banda Sabor de Veneno, recomposta por Arrigo em janeiro de 2004, é formada por Tetê Espíndola, Vânia Bastos e Suzana Salles [vocais]; Paulo Barnabé [bateria], Tonho Penhasco [guitarra], Mário Campos [baixo], Regina Porto [teclado] e Paulo Braga [piano], além de Chico Guedes, Mané Silveria, Ubaldo Versolato, Cláudio Faria e Ronei Stella [metais].

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Realizado pela Kinoarte [Instituto de Cinema e Vídeo de Londrina], o documentário "Inimigo Público n.1" contou com apoio cultural da Sercomtel e da Secretaria de Cultura de Londrina. O filme, produzido por Bruno Gehring, e editado por Leonardo Delai Lucas e William Barbini, deve ser lançado em DVD em 2006 junto ao curta "Londrina em Três Movimentos".


O projeto "Na Boca do Bode", organizado pela Atrito Art [Christine Vianna e Fabio Henriques Giorgio], conta com patrocínio da Secretaria de Cultura de Londrina e da Sercomtel, além do apoio da Midiograf, La Francine´s e Brasiliano.

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INIMIGO PÚBLICO N.1


SERVIÇO:
Estréia do filme "Inimigo Público n.1", de Rodrigo Grota, neste sábado, às 18 horas, no Museu de Arte de Londrina [Rua Sergipe, 640, Centro], com entrada franca. Após a data da estréia, o filme continuará a ser exibido até o dia 30 de dezembro no mesmo local.

FICHA TÉCNICA:
Direção, Roteiro e Fotografia: Rodrigo Grota
Produção: Bruno Gehring
Edição: Leonardo Delai Lucas e William Barbini
Tratamento de Imagem: William Barbini
Tratamento de som: Estúdio Áudio Sonora
Cartaz: Lucas Leibholz
Apoio Cultural: Sercomtel e Secretaria de Cultura de Londrina
Realização: Kinoarte


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