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amizade, sabedoria, legado... ADMINISTRAÇÃO

20 ago 2012 às 14:55

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Desde sempre, somos bombardeados por uma série de conceitos que são "os melhores" para aquele momento temporal. Lembro-me quando a reengenharia estava na moda, qualidade total, ISO, 5s... Naquele momento, também é muito claro em minha memória que os administradores não estavam preparados para lidar com aquilo, ou talvez não conseguissem olhar para as corporações de maneira adequada ou simplesmente não tinham uma visão clara de como inserir conceitos novos em suas rotinas operacionais antiquadas e engessadas" , abraçando a causa com um fervor quase religioso e atingindo resultados desastrosos.
A gestão do conhecimento consegue transformar esse cenário, pois todos possuem participação importante na confecção do cenário administrativo-operacional, que deixa de ser "stank" e se apresenta como uma situação naturalmente mutável, reagindo de maneira eficiente e eficaz, independente de qual a variável – ou tendência – seja inserida no cenário. Abandona-se os dogmas e efetivamente se pratica a gestão administrativa, com análises complexas e com a participação de todo conhecimento ao qual se tem acesso, principalmente daquele conhecimento inerente a cada integrante da equipe, que muitos insistem em denominar "colaboradores" como se a mudança de nomenclatura significasse real consideração ou valorização do conhecimento dos indivíduos.
Trabalhar com pessoas é um desafio interminável, pois tal qual a teoria do caos, as pessoas são afetadas por um conjunto tão intenso de variáveis e possibilidades que todos os dias temos, praticamente pessoas diferentes para conviver, mesmo sendo essas as mesmas pessoas de todo dia. Valoriza-las deve ser uma atitude real da corporação e de seus integrantes, quanto mais se sentirem verdadeiramente inseridos no contexto, melhores e mais valiosos serão os resultados dessa participação. Sentir-se realmente um colaborador e não mais um dos modismos que administradores leem em alguma revista e na ausência de ideias próprias, acrescentam-nas ao seu dia-a-dia, como uma solução indiscutível.
A falta de medida dos resultados, de cooperativismo, de profissionalismo e principalmente a falta de "humanidade" gera um cenário operacional muito complicado em sua gestão, não por um desafio administrativo, mas simplesmente pela inabilidade da gestão de equipes e pessoas, tratando-as não como colaboradores, mas como subalternos reais e "ignorantes", afinal, se a verdadeira sabedoria administrativa esta nas revistas de verdades incontestáveis que povoam nossas bancas, qual valor tem a experiência e a "falsa" sabedoria que se encontra nas obras acadêmicas e ao longo trajeto de muitos integrantes da empresa?
A gestão do conhecimento acima de tudo significa não deixar para trás, significa trazer à tona tudo que for possível, como uma internet entre pessoas, manter as informações sempre sob ótica de discussão, de avaliação de um novo pensar aplicações e tendências, de forma natural, da maneira que aprendemos com nossos pais, que são grandes administradores, ainda que alguns não possuam o título, possuem conhecimento e sapiência de inegável valor, nos apresentando muitas vezes, sem nenhuma complicação soluções avançadas e adequadas, porque ser pai, significa exatamente gerir o conhecimento, mantendo-se sempre mestre, mas valorizando verdadeiramente os "padawans" (aprendiz), concedendo-lhes o verdadeiro reconhecimento e transmitindo seu legado, que deve ser novamente praticado e mantido. A "empresa" se mantém em constante evolução, o conhecimento e levado adiante e compartilhado.
A real valorização dos recursos humanos, do conhecimento individual, sua adaptação dentro do cenário, trás a ideia que a amizade faz parte da equação, inexorável e fundamental. Pessoas não são máquinas, pessoas são entidades mutáveis e incompreensíveis, um conjunto imensurável de variáveis e momentos. A praticidade que nos é "exigida" trás um conceito de desvalorização, principalmente a própria... Como valorizar alguém que nada valoriza? É essencial que a administração e as empresas se tornem mais humanas, que as pessoas nelas inseridas sintam-se realmente valiosas e efetivamente integradas. Para que as corporações tornem-se mais humanas, é preciso que as pessoas tornem-se mais humanas também.

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