Na academia, estudamos a importância das áreas que compõe a empresa e seus relacionamentos, dos sistemas e seus diversos momentos, das informações geradas e das decisões tomadas, num esforço para fazer o cliente sentir-se cada vez mais satisfeito, num processo contínuo e interminável, de melhoria e mais exigência.
Atualmente vivemos um momento especial para a Administração: Os sistemas estão integrados e as informações fluem em grande quantidade e com muita velocidade, os diagnósticos precisam ser muito mais rápidos, as mudanças são cada vez mais constantes e necessárias, as distâncias cada vez menores e os processos tão evoluídos que faz com que essas mudanças sejam um grande desafio, todos os dias, todos os momentos.
As empresas existem para satisfazer as necessidades dos clientes. O lucro é o resultado de uma boa administração. É um ciclo: boa administração, bons preços, boa qualidade, prazos cumpridos, clientes felizes, lucro, investimentos, funcionários mais felizes, boa administração... Simples, se para obtenção desses resultados, não existissem uma infinidade de variáveis, mudanças de cenários constantes e velozes, pessoas envolvidas, concorrentes, etc.
Numa tentativa de "por ordem no caos", os Administradores pediram um sistema integrado para concentrar todos os dados da corporação (internos e externos) numa base única e com possibilidade de "cruzamento" desses dados, visando antever cenários e projetar possibilidades, consolidando estratégias e objetivos operacionais, nasceu então o ERP.
Quanto maior a integração dos sistemas e a eficiência dos ERP’s mais se exigem dos processos administrativos e seus subsistemas, pois quanto mais interligados e interdependentes, mais sensíveis são às mudanças propostas (e muitas vezes inevitáveis) para a ascensão de uma empresa ou para manutenção do seu sucesso.
As alterações no cenário, as exigências cada vez mais intensas dos clientes, fizeram alguns subsistemas adquirirem um status todo especial, merecendo até estudo mais profundo e tratamento diferenciado, entre eles, o Estoque e a Logística, que sempre foram tratados como itens da Produção, o primeiro como movimentação de mercadoria interna e o segundo como movimentação de mercadoria externa.
Hoje, se conhece a complexidade desses dois processos e cada vez mais, sua importância estratégica fica muito mais clara, tornando-os sistemas de grande interesse administrativo.
Especificamente a Logística, numa avaliação mais profunda é: "Todo esforço realizado pela corporação para que o cliente receba a mercadoria, no prazo, dentro das especificações pedidas, com o valor correto, com as condições de pagamento corretas.", isso esta intrinsecamente ligada à satisfação do cliente.
Para que o processo seja desenvolvido com sucesso, todos os outros precisam estar em perfeita harmonia, pois ela (a Logística) não gera informação, mas se vale das informações oriundas dos demais departamentos para o planejamento de todas as etapas necessárias para que o cliente receba seu produto. A tempo, receber o produto, inclui o produto adquirido no balcão, ou levado pelo próprio cliente. Não importa quem entregue ou leve a mercadoria, esse evento esta inserido no Sistema Logístico.
Com a popularização do comércio eletrônico, estruturas cada vez mais complexas são trazidas a um novo modelo de negociação, com importância dobrada, onde as pessoas interferem pouco ou quase nada no processo, que são gerenciados através de sofisticados algoritmos de controle e decisão autônoma, como o EDI (Eletronic Data Interchance).
Nessa época de informações acessíveis, a visão holística mais do que importante, aparece como fundamental, requisito básico para qualquer Administrador, compreender o que significa o processo Logístico dentro da corporação é uma tarefa importantíssima, pois somente identificando todas as relações e dependências, será possível alcançar o objetivo de clientes satisfeitos.
Abandonar as velhas definições de áreas, setores, sistemas, observar a corporação como um conjunto de processos que não conseguem funcionar sozinhos, conhecer essa integração e transformar os momentos do processo em momentos de mudança e oportunidade, num processo de evolução e melhoria contínua.
Referência Bibliográfica:
BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. Editora Saraiva.