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A crise econômica e os desafios da administração

31 dez 1969 às 21:33

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Nem os maiores especialistas de arriscam a apontar "quando" ou "se" a crise terá um final feliz. A evolução do mercado, através da tecnologia, tornou possível uma radical redução nas distâncias entre países e aumentou significativamente os mercados, forçando as empresas e seus administradores a um constante processo de mudança e adaptação, consumidores, governo, agentes de fiscalização e todos os outros membros do mercado, se estabeleceram e aprenderam a atuar nos novos conceitos apresentados na atualidade. No entanto, ninguém imaginava que o sistema pudesse ser tão frágil.

O nosso modelo econômico é baseado na circulação do dinheiro. O sucesso do capitalismo pode ser medido pelo aumento na produção, como o Brasil gosta de fazer, muito mais importante, porém é o equilíbrio entre a produção e o consumo, aumento de produção e redução de consumo, apontam para problemas. Sei que é um pensamento bastante simplista, mas é assim que o sistema funciona, de maneira simples. A complicação começa quando especuladores atuam no mercado, tirando o dinheiro de circulação, criando uma situação frágil e de entendimento complicado, pois além das variáveis inerentes ao mercado consumidor, temos agora as infinitas variáveis e a sujeição ao "humor" do mercado financeiro.

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O grande vilão sem dúvida, porque todo sistema se mexe e reage ao que acontece dentro do mundo das bolsas e instituições financeiras. A fragilidade ocorre, justamente porque essas instuições trazem pouco dinheiro de volta, e aquilo que retorna, volta muito caro, obrigando as empresas a "se virarem" para manter índices de produção e os altos padrões de qualidade exigidos pelos consumidores, a cada dia mais e mais exigentes. Tarefa ingrata.

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O grande símbolo do capitalismo, os EUA, centralizaram e desenvolveram os modelos que formam as bases do funcionamento do mercado financeiro internacional, com uma economia poderosa, ditava regras e os caminhos a serem seguidos. O sucesso financeiro norte-americano, deve-se principalmente a sua atuação no pós segunda-guerra. Com uma Europa destruída, muito dinheiro foi obtido através da reconstrução do Velho Mundo. As guerras tem um significado muito importante nesse poderio financeiro.

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Em todos os conflitos pós II Guerra Mundial, os norte-americanos incitaram os combates, sob o manto de "defensores da liberdade mundial". A indústria de armas é a primeira indústria norte-americana. A liberdade pregada por eles, que permite que qualquer cidadão ande armado demonstra a importância desse segmento, não apenas econômico, mas também como sentimento de orgulho e a sensação de poder que isso trás.


A Primeira Guerra do Golfo, consolidou a economia americana como a suprema no modelo estabelecido. Um período de crescimento significativo e substancial. Prosperidade. Mas nem tudo foram flores... Não conseguiram reconstruir o país que eles mesmos destruíram, os outros países, também querem sua parte no mar de dinheiro que transborda após as guerras. Bom, foi preciso reiniciar o conflito, no que eu, particularmente, considero o maior fracasso e o início de todo o problema que agora estamos vivendo, claro que esse reciocínio é simplista, mas faz sentido.


A derrocata da primeira indústria norte-americana, criou um efeito cascata sentido imediatamente pela sua segunda maior, a imobiliária e agora, vemos os efeitos na terceira, a automobilística. Esse conjunto de fatores, somados a um excessivo acúmulo de renda, retiram muito do dinheiro do mercado, reduzindo o consumo, reduzindo a necessidade de produção, que reduz a necessidade de mão-de-obra, que reduz o dinheiro disponível para o consumo, que reduz a necessidade de produção, que reduz... que reduz... que reduz...

Aos administradores, sobra a tarefa mais difícil de todas, porque quem toma as decisões são os governantes e sinceramente, começo a questionar sobre a competência deles em entender o mercado. A fórmula PRODUÇÃO versus CONSUMO é muito fácil de entender e de repente se torna tão complexa em sua aplicação, porque estamos sujeitos aos humores de quem nem sempre sabe o que está fazendo.


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