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Rede de cinema chega a Londrina prometendo programação alternativa

04 dez 2015 às 15:30

Quinta rede cinematográfica a operar em Londrina, a maringaense Cineflix chega à cidade em 2016. A empresa terá cinco salas (sendo duas 'vips'), com um total de 751 poltronas, no shopping Aurora - a ser inaugurado na Gleba Palhano em março do ano que vem. O complexo ainda não tem data para iniciar as operações, mas a estreia é prevista para o primeiro semestre.

O complexo de Londrina deverá ser o 16º da empresa, que surgiu em dezembro de 2011 após uma divisão societária da Cinesystem - rede presente em Londrina no Catuaí Norte Shopping. Além dos filmes de Hollywood e do circuito considerado mais comercial, a Cineflix também trará à cidade o projeto "Belas Artes", que busca exibir longas ignorados na maior parte das salas. "Traz a oportunidade de conferir filmes independentes que obtiveram destaque entre a crítica e foram exibidos em festivais de cinema ao redor do mundo. Geralmente, são produções que não entram no circuito 'mainstream', mas que se destacam pela sua originalidade e qualidade artística", explica.


Nesta semana, o "Belas Artes" exibe, em Maringá, "Dois Amigos", primeiro longa do ator francês Louis Garrel, conhecido pelo personagem Theo de "Os Sonhadores", de Bernardo Bertolucci. Até quarta-feira passada (2), estavam em cartaz "Olmo e a Gaivota", película da diretora brasileira Petra Costa que conquistou o prêmio do júri jovem no Festival Internacional de Locarno desse ano, e "Mistress America", do cineasta norte-americano Noah Baumbach, atualmente um nome de destaque no cinema independente.


Ao longo do ano, a rede também promoveu sessões de outras produções de destaque, como o documentário "O Sal da Terra", de Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado, "Homem Irracional", de Woody Allen, "Adeus à Linguagem 3D", de Jean-Luc Godard, "Love 3D", de Gaspar Noé, "Ida", de Paweł Pawlikowski e vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2015, e "Enquanto Somos Jovens", também de Noah Baumbach, entre outros.


Todos os oito filmes indicados ao Oscar foram exibidos pela rede, que também realiza o projeto "Semana Tupiniquim", responsável em 2015 pela projeção de sete películas nacionais, entre elas "Que Horas Ela Volta?", de Anna Muylaert e indicado do Brasil à pré-lista do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2016, "Obra", de Gregório Graziosi, "Casa Grande", de Fellipe Barbosa, e o doc "Cássia Eller", de Paulo Henrique Fontenelle.


"No Sul do Brasil, onde essa demanda é maior, tem sido assim, uma mescla de filmes mais comerciais e películas intermediárias, com maior apelo artístico", diz Tortelli sobre a programação da rede.


Preços


Tomando, novamente, Maringá como parâmetro, a política de preços da Cineflix vai de R$ 9,00 (ingresso promocional às terças e quartas, quando todos pagam meia) a R$ 23,00 (inteira para um filme 3D às quintas, sextas, sábados, domingos e feriados). Há descontos para compras online e pacotes promocionais, aos finais de semana, para famílias. Segundo Tortelli, a tabela deverá ser praticamente mantida em Londrina, provavelmente com a exceção das salas 'vips'.


Isenção de impostos


A Cineflix chega à cidade recém-contemplada por um projeto da Agência Nacional do Cinema (Ancine) que garante isenção tributária para instalação, digitalização e modernização de novos complexos no País. O credenciamento foi publicado pela agência no final do mês passado, ao lado de empreendimentos semelhantes em Camaragibe (PE) e Nova Iguaçu (RJ).


De acordo com a Ancine, o Recine é um regime tributário especial criado por uma lei de 2012 que pretende reduzir os custos dos investimentos em salas de cinema. Na prática, o projeto garante isenção fiscal de todos os impostos federais, incluindo taxas de importação de equipamentos, impostos sobre produtos industrializados e contribuições para o PIS/PASEP e COFINS. A agência estima que a isenção seja capaz de reduzir aproximadamente 30% do custo total de implantação de novos complexos. A Cineflix não informou o valor do investimento feito em Londrina.

"É um incentivo à digitalização do parque cinematográfico nacional. No nosso caso, abandonamos a película há um ano e meio. Hoje, 100% de nossas projeções são digitais", afirma o gerente de marketing da Cineflix, Juliano Tortelli.


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