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Oscar 2016: confira os indicados que são baseados em histórias verídicas

26 fev 2016 às 10:14

A 88ª cerimônia do Oscar acontece neste domingo (28), no Teatro Dolby, em Los Angeles. A premiação vai escolher os melhores das telonas em 25 categorias. No Brasil, o evento será exibido pela TNT, a partir das 20h30 e pela Globo logo após o "BBB 16".

Este ano, assim como em 2015, quatro dos oito indicados a melhor filme são baseados em histórias reais. Além disso, cinco dos concorrentes a melhor atriz e ator interpretaram personagens que realmente existiram: Michael Fassbender ("Steve Jobs"), Leonardo DiCaprio ("O Regresso"), Eddie Redmayne ("A garota dinamarquesa"), Bryan Cranston ("Trumbo") e Jennifer Lawrence ("Joy").


Para retratar essas tramas reais, muitas vezes os roteiristas e diretores dos filmes mudam diversos detalhes de acordo com seus interesses cinematográficos. Alguns personagens e situações são criados ou deixados de lado para a história ter mais emoção. O G1 reuniu as diferenças e semelhanças desses longas com as histórias da vida real. Confira:


"Spotlight: Segredos revelados"


No filme: em "Spotlight: Segredos revelados", do diretor Thomas McCarthy, Rachel McAdams, Mark Ruffalo, Michael Keaton e Brian d'Arcy James interpretam um grupo de jornalistas que investigou e reuniu milhares de documentos capazes de provar vários casos de abuso de crianças por aproximadamente 250 padres católicos em Boston. Líderes religiosos conseguiram ocultar a história durante anos, transferindo os padres de região.


Para interpretar um dos jornalistas, Ruffalo visitou Boston com o repórter do "Boston Globe" Mike Rezendes e o acompanhou no trabalho. "Eu o vi atendendo os telefones, escrevendo suas histórias", disse o ator, em entrevista. A jornalista Sacha Pfeiffer declarou que Rachel McAdams também observou cada passo dela. "Ela queria saber: 'O que você vestia em 2001?', 'O que você comeu?', 'Como você toma notas?'", declarou.

Na vida rea
l: os roteiristas do filme queriam que ao menos um dos repórteres estivesse mais em contato com sua fé para aumentar o drama da história, mas a realidade é que nenhum deles praticava a religião católica.


A cena do filme em que a repórter Sacha Pfeiffer aborda o padre Ronald H. Paquin e ele revela que havia molestado meninos até 1989 acontece na sala de estar. Na verdade, isso ocorreu na entrada da casa.


Divulgação/Paramount Pictures


"A Grande Aposta"


No filme: "A grande aposta", do diretor Adam McKay, é baseado no livro "A jogada do século", de Michael Lewis. Os atores Steve Carell, Ryan Gosling, Christian Bale e Brad Pitt são investidores que previram a catástrofe financeira em 2008. Bale, que interpreta o investidor Michael Burry, pediu para que ele lhe enviasse algumas de suas próprias roupas para dar mais vida ao personagem, além de ter usado sandálias semelhantes as dele.


Na vida real: Michael Burry é o único personagem cujo nome não foi alterado para o filme. Segundo o diretor do longa, Burry realmente "é um cara que ouve speed metal, na maioria das vezes não usa sapatos, e usa semanas seguidas as mesmas roupas". Ele também é introvertido na vida real. Quando seu filho foi diagnosticado com síndrome de Asperger, Burry começou a acreditar que ele também sofria de uma forma leve da doença relacionada ao autismo.


O verdadeiro Michael Burry perdeu um olho devido a um câncer quando ele tinha dois anos. Aos 29, para se dedicar exclusivamente ao mercado financeiro, ele deixou a carreira de médico.


Divulgação


"Ponte dos espiões"

No filme
: "Ponte dos espiões", dirigido por Steven Spielberg, conta a história do advogado norte-americano James B. Donovan (Tom Hanks), que é recrutado pela CIA durante a Guerra Fria para ajudar a resgatar o piloto Francis Gary Powers e o estudante Frederic L. Pryor, detidos na União Soviética.


Na vida real: foi o assistente de Rudolf Abel, Reino Häyhänen, que alertou os Estados Unidos sobre espionagem. Após trabalhar como espião na América por dez anos, Abel estava infeliz com o seu assistente e então reclamou com Moscou, fazendo Häyhänen retornar. Ele fugiu para a embaixada dos EUA em Paris, onde revelou sua identidade como um agente da KGB e alertou autoridades norte-americanas sobre o paradeiro de Rudolf Abel, que foi capturado pelo FBI em 1957.


Como no filme, o Tribunal Federal jogou a decisão para o Brooklyn Bar Association, que escolheu Donovan para defender Abel. Donovan e sua mulher Mary chegaram a receber ameaças de morte por cartas e por telefonemas, mas, ao contrário do que mostra no longa, ninguém atirou na janela da casa deles.


Divulgação


"O Regresso"


No filme: dirigido por Alejandro González Iñárritu, "O Regresso" conta a história do explorador e caçador de peles Hugh Glass (Leonardo DiCaprio). Ele é atacado por um urso e fica gravemente ferido, quando os dois homens que eram encarregados de cuidar dele, resolveram abandoná-lo por acreditar que ele morreria logo. Porém, Glass sobrevive e inicia uma jornada em busca de vingança.


DiCaprio, favorito ao Oscar de melhor ator, teve que caminhar em temperaturas frias usando uma autêntica pele de urso que pesava 45 quilos.


Na vida real: ao contrário do filme, Hugh Glass não foi quem teve a ideia de ordenar que os caçadores deixassem seus barcos e fossem pelas montanhas após a batalha com os Arikara.
Pouco se sabe sobre a vida pessoal do caçador, portanto a união dele com uma mulher nativa americana, seu filho mestiço e os anos que ele morou com os índios Pawnee são hipóteses.


Já o ataque do urso teria acontecido em 1823, cinco meses após Glass se juntar à expedição de Andrew Henry e William Henry Ashley. Não era inverno, mas verão. Na realidade, ele teria alcançado John Fitzgerald e Jim Bridger, os homens que o abandonaram, mas decidiu perdoá-los em vez de se vingar.


Divulgação


"A garota dinamarquesa"


No filme: nascida na Dinamarca com o nome de registro de Einar Mogens Wegener (1882-1931), a pintora Lili Elbe foi a primeira pessoa a se submeter a uma cirurgia de redesignação sexual. "A garota dinamarquesa", do diretor Tom Hooper, é baseado no livro do escritor David Ebershoff e mostra a história da transformação de Einar em Lili e seu casamento com a também pintora Gerda Wegener (Alicia Vikander).


Na vida real: Einar conheceu Gerda quando ambos frequentavam a Academia Real Dinamarquesa de Belas Artes de Copenhagen. Eles namoraram por alguns anos e casaram-se em 1904, quando ele tinha 22 anos e Gerda tinha 19. Assim como no filme, médicos disseram que Einar era esquizofrênico por se vestir de mulher e prescreveram terapia de radiação. Einar também planejou cometer suicídio se não pudesse fisicamente se tornar uma mulher.


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"Joy: O nome do sucesso"


No filme: "Joy: O nome do sucesso", dirigido por David O. Russell, tem Jennifer Lawrence no papel principal, de uma jovem mãe solteira que se tornou uma das maiores empresárias dos Estados Unidos. Na trama, JLaw teve que interpretar desde uma adolescente até uma mulher de 40 e poucos anos.


Na vida real: Joy Mangano criou o esfregão Miracle Mop em 1990, mas ela possui mais de 100 patentes e marcas de suas invenções, incluindo os cabides de veludo Huggable Hangers e o dispositivo portátil para alisar as rugas My Little Steamer. Ela é fundadora e presidente da Ingenious Designs. Seu sobrenome, no entanto, não é mencionado no filme.


Como no longa, Joy nasceu em Nova York e cresceu na cidade de Huntington, em Long Island. Mas personagens como a sua meia-irmã Peggy foram criados para a trama. O ex-marido de Joy, Tony Miranne (interpretado por Édgar Ramírez), não era um cantor venezuelano, mas um colega da Universidade de Pace.


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"Trumbo: Lista negra"


No filme: baseado no livro do jornalista Bruce Cook, "Trumbo: Lista negra", dirigido por Jay Roach, conta a história de Dalton Trumbo (Bryan Cranston), um dos principais roteiristas de Hollywood, que foi preso nos anos 1950 por se negar a delatar seus amigos como comunistas.


O longa foca nessa fase da vida de Trumbo, em que ele teve que adotar pseudônimos para continuar trabalhando em Hollywood. Seus roteiros de "A princesa e o plebeu" (1953) e "Arenas sangrentas" (1956), feitos na clandestinidade, venceram dois prêmios Oscar, que só lhe seriam entregues anos depois.

Na vida real
: Trumbo se aliou ao Partido Comunista dos Estados Unidos no fim dos anos 1930, quando ele começou a escrever roteiros para Hollywood. Em 1941, ele delatou algumas pessoas ao FBI, algo que lhe assombraria quando ele mesmo foi delatado por colegas da indústria cinematográfica.


Quando saiu da prisão, Trumbo não foi direto para sua casa encontrar seus filhos, como mostra no filme, mas foi morar no México. Lá, ele escreveu cerca de 30 roteiros sob pseudônimos para estúdios de cinema menores.


Ele foi casado com Cleo Fincher (Diane Lane) e teve três filhos: Nikola Trumbo, a mais velha, retratada no filme como uma ativista dos direitos civis. Hoje, ela tem 76 anos e é psicoterapeuta. Christopher Trumbo, o segundo filho, é diretor e roteirista de cinema, especializado na era da lista negra em Hollywood, e Melissa, que é fotógrafa.


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"Steve Jobs"

No filme
: baseado no livro de Walter Isaacson, "Steve Jobs", dirigido por Danny Boyle, tem como foco três momentos cruciais na carreira de Jobs, que morreu em 2011: os lançamentos de um computador Macintosh (1984); outro da NeXT, então nova empresa de Jobs (1988); e a chegada do iMac G3 (1998).


A relação conturbada com a filha Lisa (que ele disse não ser pai, no começo) ganha bastante espaço, assim como o jeito rude com o qual o empresário trata seus colegas. Joanna Hoffman, diretora de marketing da Apple, é interpretada por Kate Winslet.

Na vida real
: a cena inicial em que o designer Andy Hertzfeld precisa fazer o Macintosh dizer "Olá", 40 minutos antes do aparelho ser lançado em um evento em 84, não aconteceu. A filha de Jobs, Lisa Brennan, também não fez um desenho no MacPaint antes do evento, levando Jobs a se emocionar e decidir dar dinheiro para a ex-mulher Chrisann.


Steve Wozniak, interpretado por Seth Rogen, disse à "Bloomberg" que o longa não é exatamente um retrato dos acontecimentos reais. "Tudo no filme não aconteceu. Eu não falei com Steve Jobs nesses eventos". Laurene Powell Jobs, a viúva de Steve, disse ao "Wall Street Journal" que tentou impedir que a Universal Pictures e a Sony Pictures realizassem o filme e que nunca gostou do livro de Walter Isaacson.

(Com informações do G1)


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