Em sua terceira parceria com a cineasta Helena Ignez, Ney Matogrosso aposta que seu novo filme vai chocar a plateia mais conservadora. Experimental e filosófico, "Ralé" estreia no Festival do Rio na quarta-feira (7), como uma resposta ao avanço de pautas conservadoras no Congresso Nacional. "É um retrocesso absoluto", reclama Ney. "Daqui a pouquinho, vamos ter um Aiatolá".
Em paralelo com a turnê "Atento aos Sinais" (que deve dar espaço em breve para um novo espetáculo, em parceria com o ator Jesuíta Barbosa), o cantor vem se sentindo cada vez mais confortável com o trabalho no cinema.
Culpa da cineasta, que tem o hábito de ouvir histórias de Ney e inseri-las no contexto dos personagens. Assim, Ney se aproxima tanto de um assaltante, como o Luz Vermelha em "Luz nas Trevas" (2010), quanto de um guru de uma seita do Santo Daime, no média-metragem "O Poder dos Afetos" (2013), que se desmembra agora em "Ralé". Ney, assim como seu personagem, viveu mais de um ano como adepto do ritual.
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Mas há algo em seu personagem que não conversa com seu íntimo. "A única coisa que eu não sou capaz de fazer é casar com um homem. Nem passa pela minha cabeça, Deus me livre". No filme, ele se casa com um bailarino vivido por Roberto Alencar.
Existe também outro papel que Ney se recusa a fazer, o de frontman do Queen. Após ver seu figurino rocker virar assunto nas redes sociais, durante rápida aparição no primeiro dia do Rock in Rio, e ficar sabendo que o cantor Adam Lambert "pirou" em um disco do Secos e Molhados, um grupo de fãs encabeçou uma campanha no Facebook: "Eu Quero o Ney Matogrosso no Queen". É uma brincadeira, ele sabe disso, mas, mesmo assim, Ney manda o recado: "Parem de viajar".
(com informações do site UOL)