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Lembre filmes brasileiros que ficaram perto do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro

19 dez 2015 às 10:39

O filme sucesso de crítica e bilheteria "Que Horas Ela Volta?", dirigido por Anna Muylaert, ficou de fora da disputa do Oscar de melhor filme estrangeiro do próximo ano. A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood divulgou uma lista prévia de nove nomes na última quinta-feira (17).

Com a notícia, a outra chance do Brasil ganhar a estatueta agora é na categoria de melhor animação, em que o longa "O Menino e o Mundo", de Alê Abreu, concorre a uma indicação ao Oscar com 16 filmes pré-selecionados. Os indicados serão anunciados no dia 14 de fevereiro.


Não é a primeira vez que o cinema brasileiro com atores reais (o chamado live-action) chegou perto na disputa pelo Oscar de melhor filme estrangeiro: a lista dos indicados começa em 1963, com O Pagador de Promessas, dirigido por Anselmo Duarte.


Antes de "Que Horas Ela Volta", a última indicação brasileira a melhor filme estrangeiro tinha sido em 1999, com Central do Brasil. Relembre:


1- O Pagador de Promessas (1962)
A lista dos indicados começa em 1963, quando O Pagador de Promessas, dirigido por Anselmo Duarte, concorreu ao prêmio de maior prestígio do cinema e perdeu para uma produção francesa, Sempre aos Domingos, do francês Serge Bourguignon. Este é até hoje o único filme brasileiro a conquistar um dos mais importantes prêmios cinematográficos, a Palma de Ouro do Festival de Cannes, na França. O filme narra a história de Zé do Burro, homem humilde que enfrenta a intransigência da Igreja ao tentar cumprir uma promessa feita em um terreiro de candomblé, após carregar uma pesada cruz de madeira por um longo percurso.


2- O Quatrilho (1995)
A segunda indicação do Brasil a melhor filme estrangeiro ocorreu em 1996, mais de três décadas após a "estreia" na categoria. O filme O Quatrilho, de Fábio Barreto, se passa no início do século 20, numa comunidade rural do Rio Grande do Sul. Ali, os dois casais vivem na mesma casa, até que a esposa (Patrícia Pillar) de um (Alexandre Paternost) se interessa pelo marido (Bruno Campos) da outra (Glória Pires). Os amantes decidem fugir. O filme perdeu para o holandês A Excêntrica Família de Antonia, de Marleen Gorris.


3- O Que É Isso, Companheiro? (1997)
O filme concorreu ao Oscar de melhor filmes estangeiro em 1998. O filme é baseado no best-seller homônimo lançado em 1979 pelo jornalista, escritor e político Fernando Gabeira. A história relembrava a participação de Gabeira na luta armada dos anos 1960 e no sequestro do então embaixador americano, Charles Elbrick. O elenco do longa tinha Pedro Cardoso, Fernanda Torres, Cláudia Abreu, Matheus Nachtergaele, Luiz Fernando Guimarães e tem uma participação especial de Fernanda Montenegro e do ator norte-americano Alan Arkin no papel de Charles Burke Elbrick.


4- Central do Brasil (1999)
O longa-metragem Central do Brasil (1999), de Walter Salles, além de ter sido indicado ao prêmio de melhor filme estrangeiro, concorreu na categoria de melhor atriz, pela atuação de Fernanda Montenegro. O longa de Salles marcou a segunda indicação seguida do Brasil ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Mas o filme não foi premiado em nenhuma das categorias em que concorreu. O filme perdeu para A Vida É Bela, de Roberto Benigni. A dama do teatro perdeu de Gwyneth Paltrow, embora, pelo menos por aqui, tenha sido eleita a "campeã moral" da disputa.


5 - Hoje eu quero voltar sozinho (2015)


O filme de Daniel Ribeiro, foi escolhido em 2015 para concorrer ao melhor filme estrangeiro. Leonardo (Ghilherme Lobo), um adolescente cego, tenta lidar com a mãe superprotetora ao mesmo tempo em que busca sua independência. Quando Gabriel (Fabio Audi) chega na cidade, novos sentimentos começam a surgir em Leonardo, fazendo com que ele descubra mais sobre si mesmo e sua sexualidade.


"Que horas ela volta?" pode ter ficado de fora da lista do Oscar, mas ainda pode ganhar na categoria da Critic's Choice Awards, premiação organizada pelos críticos cinematográficos dos EUA e do Canadá que acontece no dia 17 de janeiro de 2016.

Além disso, o filme foi o vencedor de diversos prêmios nacionais e internacionais. Entre os prêmios Regina Casé e Camila Márdila ganharam o Prêmio Especial do Júri Pela Atuação do Festival de Sundance. Em Berlim, o longa ganhou Prêmio do Público de Melhor ficção na Mostra Panorama. O filme recebeu prêmios também em Lima, Amsterdam, Moscou, entre outros.


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