A pandemia do coronavírus fez com que a produção de lixo aumentasse dentro dos condomínios. Para lidar com este volume, é necessário efetuar o descarte correto e melhorar os hábitos.
"Este é um momento para as pessoas olharem para o lixo delas e perceberem a grande quantidade gerada", afirma a doutora em patologia Thais Mauad. O Instituto Muda, que atende 300 condomínios da capital paulista, registrou um aumento de 20% na quantidade recolhida de resíduos recicláveis básicos como papel, plástico, vidro e metal. "Isso aumentou muito com o delivery", afirma Alexandre Braz, diretor comercial.
A organização também registrou um aumento de 8% na coleta de itens eletrônicos, pilhas, baterias, cartuchos de impressora, óleo de cozinha e roupas para doação. A advogada Moira de Toledo diz que as soluções para lidar com o aumento de lixo dependem de cada condomínio, mas uma possibilidade interessante é contratar cooperativas que recolham os materiais.
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José Roberto Graiche Júnior, presidente da Aabic (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo), recomenda que os síndicos verifiquem se o horário da coleta de lixo na região não mudou com a pandemia. Os profissionais destacam que os síndicos devem reforçar as orientações para fechar e descartar o lixo corretamente por meio de cartazes e mensagens em aplicativos. Isso vale para os condôminos e para os funcionários, que devem utilizar os equipamentos de proteção individual.
Segundo o síndico Paulo Werneck, 43 anos, durante os meses da pandemia, a quantidade de lixo coletado no condomínio da Vila Andrade (zona sul de SP) aumentou cerca de 40%. Com o volume extra, há casos em que é necessário remover o lixo por andar mais de uma vez ao dia.
O condomínio de 448 unidades tem uma área específica para os resíduos recicláveis, que são vendidos. O síndico acredita que a quantidade coletada neste ano será maior do que as 27 toneladas de 2019. "O lixo reciclável era retirado a cada 15 dias, agora é a cada 10 para não lotar os nossos espaços", diz Werneck.