Grupos reúnem moradores, porteiros e comerciantes para vigiar o bairro e alertar sobre perigos
Moradores e síndicos têm apostado em iniciativas em grupo para discutir formas de vigilância que contemplem não apenas os apartamento ou o prédio, mas os comércios, escolas e casas ao redor do condomínio.
Tony Mellão, advogado e síndico de um edifício residencial na região da Consolação (centro), acompanhou a implantação de um destes grupos –chamados de "bolsões de segurança"– junto a outro dos seis prédios que hoje participam. Além da instalação de câmeras, cerca elétrica, guarita blindada e outras formas de controle de acesso, a ação conta com "um treinamento especial para ação em caso de ocorrências".
Leia mais:
Fim de ano nos condomínios: Como manter a harmonia e a segurança?
Saiba quais são as 20 maiores favelas do Brasil, segundo o Censo 2022
Jovens negros são população predominante nas favelas, mostra Censo
Brasil tem 16,4 milhões vivendo em favelas, diz Censo
"O acionamento de socorro externo pode ser feito pelo porteiro ou vizinhos do bolsão. A comunicação entre os prédios é feita via rádio amador em frequência única", explica o síndico. "Cada prédio monitora seu vizinho e reporta à autoridade policial em caso de invasão ou abordagem."
Além de treinar porteiros para reconhecerem táticas utilizadas por criminosos (como fingir-se de técnico de internet, enfermeiros a domicílio, entre outros prestadores de serviço), os moradores e funcionários de moradores também são ensinados. Mellão, síndico do prédio há oito anos, notou o aumento da sensação de segurança e o impedimento de tentativas de invasão.
O tenente-coronel da Polícia Militar José Elias de Godoy diz que "o primeiro passo é haver vontade dos moradores". "Para os moradores, é necessária a conscientização dos cuidados básicos a tomar quando estiver chegando ao prédio, o que observar e o que pode ser feito para se proteger", diz Godoy, fundador da empresa de consultoria Suat.
A Polícia Militar pode ser um integrante a mais nos bolsões de segurança através do Programa Vizinhança Solidária, criado em 2009. A adesão é voluntária, e o processo de integração pode levar alguns meses.
Tarcisio Mota é gerente de um condomínio de alto padrão no Morumbi, e aderiu ao Vizinhança Solidária, além de ter condôminos participando do Conselho Comunitário de Segurança do bairro. Em seu caso, polícia, moradores e outros prédios tem fácil acesso às câmeras que integram o sistema, posicionadas em diversos locais da rua. A atitude não apenas facilita investigações de possíveis crimes, mas também protege a todos que caminham por lá.