A qualidade da água que sai pelas torneiras não depende apenas do processo de purificação realizado nas estações de tratamento de água. Se as caixas d’água não forem limpas periodicamente ou sempre que necessário, ela pode deixar de ser potável e se tornar veículo de doenças como hepatite A, cólera e giardíase, entre outras que afetam o trato gastrintestinal.
O alerta é da coordenadora de Vigilância em Saúde Ambiental da Secretaria da Saúde de Curitiba, Lúcia Isabel Araújo. Para a água tratada que chega aos hidrômetros ou cavaletes não perder essa característica, observa Lúcia, é importante inspecionar as condições gerais das caixas e limpá-las a cada 6 meses ou quando a água apresentar mudança de cor ou matéria orgânica. "Quando isso acontece é porque a vedação da caixa não estava satisfatória. A tampa, que precisa estar sempre fechada, provavelmente estava entreaberta ou com descontinuidades por onde podem ter entrado folhas ou pequenos animais", explica.
Se isso acontecer, frisa a técnica, a caixa precisa ser esvaziada e limpa imediatamente. O ideal é que o trabalho seja feito por profissionais especializados. Se isso não for possível, a tarefa precisa ser entregue somente a adultos em condições de realizá-lo.
Leia mais:
Como escolher um bom umidificador de ar para enfrentar o tempo seco
Inverno: Como lavar e secar as roupas de maneira correta
Confira dicas de especialista para deixar a casa limpa e aconchegante no inverno
Compagas orienta sobre cuidados com aparelhos a gás durante os dias mais frios
Limpeza
Para começar, orienta a técnica, é necessário providenciar baldes, panos limpos, escovas de nylon, pá plástica, luvas, escada e água sanitária.
No caso das caixas maiores, em que é necessário a pessoa entrar para fazer a lavagem, também é preciso um par de botas de borracha exclusivas para a atividade, a fim de impedir que outras impurezas sejam levadas para o interior da caixa. As luvas são sempre necessárias. Com todos os equipamentos em mãos, é hora de fechar o registro – da caixa ou, se não houver, do imóvel – e vedar a caixa para que a sujeira a ser removida não entre no encanamento. A seguir, procede-se o esvaziamento do reservatório até a altura de um palmo.
Essa quantidade de líquido é necessária à limpeza. Para não haver desperdício, aconselha a coordenadora de Saúde Ambiental, é aconselhável programar a limpeza. "Assim a água é usada para as atividades normais do imóvel até o momento da limpeza. Mas se isso não for possível, a água deve ser usada para lavar calçadas, carros e regar plantas", completa.
Cuidados
Na limpeza das paredes e do fundo da caixa devem ser usadas apenas escovas – e nunca sabões, detergentes e outros produtos que possam deixar resíduos e misturar-se à água de beber. A água suja resultante do processo deve ser retirada com o auxílio de panos, baldes e pá. É hora de abrir o registro novamente e encher a caixa com uma mistura de água sanitária a 2,5%. Isso significa que, para cada mil litros de água, é necessário 1 litro de água sanitária. Essa mistura deve permanecer reagindo por meia hora, período durante o qual a caixa está sendo desinfetada pela ação do cloro.
Enquanto isso, sugere Lúcia, observe se a tampa da caixa – que será recolocada - não apresenta rachaduras ou qualquer irregularidade que indique necessidade de substituição. Depois desse prazo, abre-se a saída da caixa e deixa-se a água escorrer totalmente, promovendo também a limpeza dos canos.
Um detalhe importante: essa mistura de água com água sanitária que sai pelas torneiras somente poderá ser usada para a lavagem de calçadas e pisos. O passo seguinte é abrir o registro de entrada da caixa e enchê-la novamente, agora com água própria para consumo humano.
Mesmo assim, antes de beber, é aconselhável deixá-la escorrer por 10 minutos para que o gosto de água sanitária se dissipe. (Com informações da Agência de Notícias da Prefeitura de Curitiba)