O período de primavera e verão exige cuidados com o consumo de energia elétrica, principalmente nos aparelhos de refrigeração. A popularização dos aparelhos de ar-condicionado pode ter impactos sobre o consumo residencial, que este ano registra 4% de alta, na comparação de janeiro a setembro com o mesmo período em 2019. No início de outubro, quando o Paraná sofreu picos de calor que passaram dos 40ºC, o setor de operação da Copel observou um aumento médio de 10% nos níveis de demanda simultânea do sistema elétrico.
De acordo com o gerente de Gestão da Inovação na Copel, Gustavo Klinguelfus, o peso que o ar-condicionado terá na conta de luz da casa depende de diversos fatores, como as características do equipamento, o hábito de uso e a rotina de manutenção. Tudo começa, segundo o engenheiro, na compra do aparelho, quando é importante observar a etiquetagem do programa de eficiência Procel e o bom dimensionamento para o ambiente que se quer refrigerar.
"Podemos dizer, de maneira geral, que serão 600 BTUs para cada metro quadrado do ambiente, pessoa que irá habitá-lo e para cada equipamento que gere calor, como lâmpadas incandescentes ou computadores. Claro que isso pode variar de acordo com as características da construção”, explica Klinguelfus.
Leia mais:
Como escolher um bom umidificador de ar para enfrentar o tempo seco
Inverno: Como lavar e secar as roupas de maneira correta
Confira dicas de especialista para deixar a casa limpa e aconchegante no inverno
Compagas orienta sobre cuidados com aparelhos a gás durante os dias mais frios
Seguindo esta recomendação, um exemplo hipotético em que o aparelho seja destinado a um home office de 10 metros quarados, utilizado por duas pessoas, com dois computadores e uma lâmpada incandescente ligados, leva à conclusão de que um ar-condicionado de 9 mil BTUs seria adequado para a climatização.
Mas qual será o impacto de um aparelho de 9 mil BTUs na conta de luz? Aí entram, segundo o gerente, outras variáveis. "Se você consultar a tabela do Inmetro, verá que a potência nominal entre os equipamentos de 9 mil BTUs avaliados têm uma amplitude de 30%. A isso, soma-se a eficiência de operação de cada equipamento e os hábitos de uso”, comenta. A presença de tecnologia inverter, por exemplo, promete reduzir o consumo de 40 a 60%.
Além da boa escolha do aparelho, hábitos simples no uso podem ajudar a reduzir o valor da conta de luz no fim do mês.
Confira as recomendações:
- Manter portas e janelas fechadas enquanto o equipamento estiver ligado
- Não utilizar temperaturas extremas
- Manter a rotina de limpeza e manutenção em dia
- Não deixar o aparelho ligado em ambientes vazios
- Optar por programações inteligentes no período da noite
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA - Os índices mínimos de eficiência energética de condicionadores de ar foram introduzidos no Brasil em 2007 e passaram por duas revisões, em 2011 e 2018. Em agosto deste ano, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) publicou uma nota com contribuições técnicas para a nova revisão, prevista ainda para 2020.
A EPE estima que o consumo de energia elétrica devido aos condicionadores de ar no setor residencial tenha mais que triplicado no período de 2006 a 2017 no Brasil, atingindo 18,7 terawatt-hora (TWh). Segundo o órgão, a adoção de índices mínimos de eficiência energética mais rigorosos poderão gerar economia de 136 TWh até 2030, principalmente pelos equipamentos minisplit highwall e minisplit inverte.