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Cuidados!

Usar ou não usar álcool na limpeza doméstica? Descubra!

Redação Bonde
12 set 2012 às 08:15

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- Reprodução
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Muitas pessoas utilizam o álcool na limpeza, em restaurantes, hospitais e até mesmo em casa. Mas será que é certo utilizar o álcool dessa forma? Ou o mais recomendado é usar os produtos que são exclusivos para limpeza doméstica?

Desde 2002 diversas entidades da sociedade civil organizada reunidas na Frente Nacional de Combate aos acidentes com Álcool tentam convencer os brasileiros e os parlamentares do país de que o uso dessa substância deveria ser evitado.

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O álcool é um produto altamente inflamável e dentro do ambiente doméstico, quando é usado na limpeza e para acender churrasqueiras, por exemplo, é um dos principais responsáveis por acidentes com queimaduras graves em adultos e crianças, segundo o médico Jorge Curi, vice-presidente da Associação Médica Brasileira. Ele ressalta que queimaduras geralmente envolvem situações graves, sequelas e recuperações demoradas, incluindo a realização de cirurgias múltiplas.

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Risco de queimaduras

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A difícil recuperação de uma queimadura, principalmente em crianças, e o gasto elevado do sistema de saúde já justificaria a suspensão da venda do álcool líquido nos supermercados, segundo a Frente Nacional de Combate aos Acidentes com Álcool. Curi argumenta que existem outros produtos para limpeza, mesmo de ambientes hospitalares, que têm desempenho eficaz e não são inflamáveis.


O médico infectologista Jean Gorinchteyn, do Hospital Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, comenta que em âmbito doméstico o álcool funciona como desinfetante e não desinfectante, ou seja, sozinho não tem poder de aniquilar as bactérias de superfícies e utensílios. Por esse motivo ele não é insubstituível, pois outros produtos químicos de limpeza podem produzir os mesmos efeitos. Jean ressalta, no entanto, que quando se fala na higienização das mãos, o álcool em gel 70 graus ainda é o produto mais eficaz e deve ser associado à lavagem com água e sabão.

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Álcool gel ou líquido?


Em junho de 2007 diversas marcas do produto disponíveis no mercado nas versões em gel e líquido foram testadas pela Proteste - Associação Brasileira de Defesa do Consumidor. O teste constatou que os álcoois com graduação de 46 a 65 graus exterminaram entre 98 e 99,6% dos microrganismos, o que, segundo a Associação, é comparável ao resultado de outros produtos de limpeza bactericidas. A avaliação também indicou que uma chama de 26 graus de temperatura é suficiente para levar o álcool à combustão, além do fato de que o gás desprendido pelo produto pode incendiar ao contato com o fogo.

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Outra constatação foi que as embalagens nas quais o produto é vendido também aumentam os riscos de acidentes, pois não trazem travas de segurança para impedir que crianças possam abrir e ingerir o conteúdo. Além disso, a boca larga dos recipientes dificulta a dosagem na hora do uso. Segundo a Frente Nacional de Combate aos Acidentes com Álcool, a versão líquida da substância agrava os acidentes justamente porque ela se alastra rapidamente pelo corpo e pelo ambiente. Os testes da Proteste apontaram que nesse quesito o álcool em gel é mais seguro, pois demora mais para se espalhar.


Venda do álcool já foi proibida

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Em 2002, a venda do álcool líquido chegou a ser proibida por uma resolução da Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, posteriormente derrubada na Justiça. Para a Abraspea, Associação Brasileira dos Produtores e Envasadores de Álcool, a proibição da venda do álcool para o consumidor doméstico faria com que o comércio ilegal aumentasse e, com isso, subissem também o número de acidentes.


[Estatísticas sobre acidentes

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Os dados sobre pessoas vítimas de acidente com álcool no país não são exatos. Segundo o Ministério da Saúde, 7.271 pessoas foram internadas por causa de queimaduras em 2011. O ministério informa que esse número representa acidentes com substância inflamável, o que inclui álcool, gasolina, diesel, querosene, etc, e que não há um recorte exclusivo para os acidentes causados por álcool. De acordo com a Ary Alcântara, os dados reunidos pela Abraspea a partir do Datasus, que reúne os números e natureza das internações no Sistema Único de Saúde, as vítimas de queimaduras por álcool seriam cerca de duas mil.


Os defensores da proibição do álcool também explicam que o Brasil é um dos poucos países do mundo em que a comercialização da substância é permitida.

Divergências à parte, o uso do álcool em casa, seja para a limpeza ou outros fins, demanda ao menos alguns cuidados de segurança. Entre as orientações da Proteste, estão o cuidado para manter o produto longe do alcance de crianças e animais, não manusear o álcool próximo ao fogo, não armazená-lo em locais quente e não reutilizar as embalagens. (Fonte: BBel, Estilo de Vida)


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