O sistema tradicional de descarga está entre os os fatores que mais colaboram para gasto desnecessário de água. Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), aproximadamente 40% da água tratada no Brasil é desperdiçada.
"Vasos convencionais consomem, em média, entre 6 e 12 litros de água por descarga, enquanto o sistema a vácuo consome me média um litro", explica Jean Pierre Bernard, diretor no Brasil da Bvst-Evac, empresa especializada em soluções sustentáveis. Segundo ele, essa economia, que varia de 30% a 90%, seria muito expressiva, quando considerada toda a população brasileira, que ultrapassa os 200 milhões de habitantes.
O modelo citado por Bernard é semelhante aos utilizados em aviões e plataformas de petróleo. O sistema também reduz a quantidade de esgoto a ser tratado, sendo ambiental e socialmente mais correto, por reduzir custos nas estações de tratamento de esgoto.
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Como funciona
O pesquisador e arquiteto Anabi Resende Filho, da Universidade de São Paulo (USP), conta que o sistema a vácuo funciona com uma tubulação com pressão menor que a do ambiente externo (do vaso sanitário).
"No momento do acionamento da descarga, o ar do meio externo invade a tubulação a fim de igualar as pressões dos dois ambientes", explica Resende. Essa diferença de pressão gera uma entrada de 80 litros de ar para dentro da tubulação a uma velocidade acima de 600 quilômetros por hora (km/h), carregando os dejetos. O 1,2 litro de água é usado apenas para a limpeza do vaso.
"O sistema a vácuo é o mais econômico entre os disponíveis atualmente e o mais indicado para edificações verticais ou de grande fluxo de pessoas, como aeroportos e shoppings. Além disso, é o único que reduz o uso de água limpa", avalia Resende.
Quando a coleta a vácuo é instalada em um prédio, por exemplo, é possível reduzir também o consumo de eletricidade. Isto acontece porque a água não precisa ser levada até o alto do edifício. Os casos de entupimento também são bem menores, aumentando a economia financeira.
"Estamos correndo risco de ficar sem água para beber e as pessoas não se dão conta de que gastam água potável para escoar dejetos", lembra Bernard. No entanto, mesmo com todos os benefícios que o sistema proporciona, ele ainda é pouco utilizado. Para Bernard, a resistência do ser humano às mudanças é a principal explicação para a baixa adesão ao sistema.
Outras vantagens
De acordo com a ficha técnica da fabricante de tubos Tigre, o sistema a vácuo ainda oferece outras vantagens sobre o convencional. Confira:
Instalação mais rápida;
O custo da instalação é cerca de 20% menor que o sistema convencional;
Mínima agressão ao meio ambiente;
Exige escavações menos profundas;
Menor custo operacional do sistema;
Menores diâmetros da rede coletora;
Inexistência de vazamentos;
Ideal para regiões com terrenos planos, rochosos ou com nível de lençol freático elevado. (Com informações do CicloVivo)