Depois de um trabalho de pesquisa iniciado em 2006, a Hydronorth - empresa de Cambé (13 km a oeste de Londrina) que produz tintas e vernizes e é líder nacional no segmento de resinas impermeabilizantes - identificou que 70% das escolhas de materiais de acabamento são feitas por mulheres. A indústria criou, então, uma campanha para falar diretamente ao público feminino, mudando 100% de suas embalagens e a maneira de se relacionar com a clientela.
As novas embalagens - que começaram a entrar no mercado entre abril e maio deste ano e até 2009 estarão totalmente reformuladas - trazem imagens de homens, mulheres e crianças. Reforçam os conceitos de família, de bem-estar, e buscam atingir principalmente a mulher, que, além de ter poder na decisão de compra, é tida como quem zela pela família.
''Não vendemos tinta. Vendemos preservação de ambientes e superfícies. Trabalhamos com a emoção das pessoas, já que o objetivo é que elas se sintam bem dentro dos ambientes'', afirma o fundador e presidente da Hydronorth, Amado Góis, afinado no novo discurso da empresa que acaba de completar 27 anos.
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Ele reforça que as mudanças nas embalagens têm apelo ''emocional'' com caráter didático. Além do visual atrativo, trazem informações em português, inglês e espanhol. A idéia é falar diretamente ao consumidor, sem excesso de termos técnicos e com descrição do ''passo-a-passo'', que possibilita o gerenciamento ou a manufatura de todo o processo de aplicação.
As mudanças na Hydronorth ocorreram após o investimento na contratação de uma empresa de branding (para uma revisão estratégica da marca) e posteriormente de uma agência de design (para desenvolvimento da nova logo e novo lay-out das embalagens). ''O trabalho inicial nos identificou, sobretudo, como uma empresa familiar'', observa Góis, informando que após 2006 houve uma mudança total na gestão da Hydronorth. ''Chegamos à conclusão de que precisávamos profissionalizar toda a empresa''.
Todo o trabalho, segundo o diretor geral Matheus Góis, foi motivado pelo desejo de crescimento da empresa. ''Queríamos nos prepararmos para atender a nova demanda impulsionada pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento, do governo federal) e todo esse crescimento na construção civil'', observa o diretor. Ele informa que a empresa já sente os resultados, prevendo fechar 2008 com um crescimento de cerca de 15% no faturamento anual - o dobro do que vinha sendo registrado anteriormente.
Durante vários anos, a Hydronorth figurou no guia ''As 150 melhores empresas para você trabalhar'', da revista Exame, e ganhou notoriedade por isso. Hoje, porém, o foco é outro.''Continuamos com as mesmas características e os mesmos benefícios para os funcionários, mas atualmente estamos voltados para a sustentabilidade e o desenvolvimento da empresa'', resume presidente.
Hydronorth no eixo Rio-São Paulo
Até o final de 2009, a Hydronorth deve inaugurar um centro de distribuição no eixo Rio-São Paulo, região responsável por 55% das vendas da empresa hoje. O investimento inicial é estimado em R$ 5 milhões. A empresa trabalha com a possibilidade de, futuramente, abrir uma fábrica naquela região. ''Queremos triplicar a nossa produção'', informa Amado Góis, presidente da empresa, cuja produção atual é de 30 milhões de litros por ano de tintas e resinas (ao todo são 24 linhas de produtos).
Segundo Góis, a matriz em Cambé deve ser mantida. Ele informa que a diretoria ainda está avaliando imóveis e localização da nova unidade. ''Dependendo do caso, podemos comprar as instalações de uma fábrica já existente'', adianta o empresário.
Ele diz que a Hydronorth ''está muito bem'' no Rio de Janeiro e em São Paulo, mas precisa se fixar naquela região para ampliar o mercado, entrando também em Minas Gerais e no Espírito Santo. Hoje, menos de 1% da produção da empresa é exportada. ''Ainda temos muito para crescer no mercado interno. Até 2012 queremos nos firmar como a melhor empresa nacional na área de tintas e revestimentos'', diz Góis.