Dicas

Conheça ambientes que estão em destaque na Expoflora

27 ago 2012 às 09:18

A harmonização de plantas ornamentais com as árvores frutíferas e as hortas urbanas para transformar os jardins em um espaço de convívio social, integrado a casa, estimulando o envolvimento da família na sua manutenção é a grande tendência do paisagismo na Primavera/Verão. Cerca de 40 paisagistas criaram 20 ambientes na mostra de paisagismo e jardinagem Minha Casa Meu Jardim, uma das atrações da Expoflora, maior exposição de flores e plantas ornamentais que acontece de 30 de agosto a 23 de setembro, das 9h às 19h, em Holambra, no interior de São Paulo.

Na maior parte dos ambientes os jardins são multiuso e seguem a proposta da organização de mostrar que não são apenas espaços de contemplação, mas lugares vivos que precisam de cuidados e de muita atenção, pois podem contribuir para melhorar a qualidade de vida.


Nos projetos apresentados, a água continua sendo um elemento presente no paisagismo, principalmente na forma de lago. Num dos ambientes, a ousadia é mostrada em um lago que reúne a água doce e a salgada em um mesmo espelho, graças à tecnologia empregada cada vez mais a serviço do bem-estar e do conforto.


Permanecem em alta os jardins de fácil manutenção e baixo custo e o uso de materiais reaproveitados ou reciclados na decoração dos ambientes, dentro da propagada política do ambientalmente correto. No paisagismo, as plantas tropicais que são de fácil cultivo e muita atenção para os bulbos, principalmente da Açucena (Amarílis) que chega com todo o seu colorido para enfeitar de vasos a grandes jardins.


Com o tema "Um amor de Jardim", a mostra de paisagismo e jardinagem da Expoflora reuniu arquitetos, paisagistas, biólogos, engenheiros agrônomos, designers florais, artistas plásticos e laguistas de Barueri, Campinas, Holambra, Jaguariúna, Londrina, Mogi Mirim, Monte Alegre do Sul, Pedreira, Pirassununga, São Paulo, Sorocaba e Vinhedo.


O objetivo é também apresentar produtos e serviços disponíveis no mercado brasileiro para a boa prática da jardinagem. "A proposta é que o jardim deixe de ser um quadro apenas admirado para tornar-se um ambiente de interação entre as pessoas e a natureza. Quando bem cuidado, o jardim retribui com flores, lindas plantas e saborosos frutos, tornando-se uma área de estar para relaxar, estudar, pintar, ouvir música ou, simplesmente, curtir a natureza", diz Ana Rita Gimenes. Ela e Ralph Dekker, da Floral Design Brasil, são os organizadores da mostra.


Espaço Cultivar


O impacto do colorido das centenas de flores plantadas nesse jardim nos faz sentir a beleza e a força da natureza. Todas as flores e plantas que o ornamentam são bulbos: calla, lírio, orquídea, copos de leite, açucena (amarillis), acidantera, thubachia, iris, trevos de quatro folhas e a perfumada angélica, entre tantas outras. Todas identificadas por plaquinhas, como que para se apresentar ao visitante. Logo na entrada do ambiente, à direita, sob um pergolado, a oficina de trabalho mostra o bulbo em seus mais diferentes estágios, desde a germinação até a floração. O ambiente é minucioso e cada detalhe foi pensado e trabalhado com muito capricho: a parede ao fundo, por exemplo, está propositadamente pintada na cor berinjela simplesmente para ornar com o miolo dos ornithogalos. A iluminação pontual contribui para destacar os mais importantes detalhes. O espelho d´água que oferece maior frescor ao ambiente é feito com garrafas pet recicladas. Na saída, às margens do lago de pedras, não poderia faltar um pouco de árvores, como os caimitos, as oliveiras e as nésperas. Por Carolina Pedrosa (arquiteta e urbanista), Daniel Boersen (produtor de bulbos) e Peitra de Wit (arquiteta e paisagista).


Divulgação/Humberto de Castro


Contrastes em harmonia


O ambiente mostra a possibilidade de uso de dois elementos em contraste: a água e os cactus. Como estas plantas necessitam de pouca rega, a evaporação da água do lago contribui para reduzir a irrigação. O belo lago, ponto principal do projeto, proporciona momentos de contemplação e diminui o impacto de aridez das plantas. O ambiente é composto, ainda, por uma ponte de dormentes e cruzetas (madeiras de reuso), mesmo material do pergolado que recebeu piso de pinus tratado. Além de espécies diferentes de cactus foram utilizadas rosas do deserto e echeveria no paisagismo. Todas com baixa necessidade de água, e, por isso, exigindo pouca manutenção manutenção. Por Lina Tartaglia (paisagista), Ricardo Caporossi Jr. (especialista em lagos) e Vânia Rosa (artista plástica e paisagista).


Divulgação/Humberto de Castro


Adorável quintal


São pequenos nichos rodeados de verde que dão o charme e convidam ao convício social nesse jardim criado para permitir o contato com a natureza em todas as formas, estimulando a aprendizagem, a consciência ambiental e um estilo de vida mais saudável. Inspirado nos jardins sensoriais, esse ambiente desperta os sentidos, ora contraditórios, por meio dos diferentes estímulos. A rede para o descanso, por exemplo, está cercada pelos sons - relaxante das fontes e estimulante do canto dos passarinhos atraídos pelas casinhas revestidas de chita e penduradas no muro. A mesa está próxima do pomar e da horta, na área das sensações do tato e do paladar, estimulando a degustação da fruta colhida do pé e o cultivo dos temperos e verduras para que cheguem fresquinhos à mesa. Os bancos de fardos de feno foram propositalmente instalados em um espaço voltado para o olfato. Plantas aromáticas estão presentes tanto in natura, quanto nas essências das velas. O caminho que percorre o jardim traz muita cor e formas na vegetação, para encher os olhos de quem o visitar. A consciência ambiental é estimulada por meio da reciclagem de materiais, como as caixinhas de leite penduradas na parede que servem de vasos para os temperos; do uso de superfícies não impermeabilizadas; da busca por alimentos mais saudáveis produzidos na própria residência; e da lembrança que a nossa relação com a natureza está no dia-a-dia. Os nichos foram criados ao longo de um caminho levemente sinuoso de piso drenante (que permite até 95% de absorção de água da chuva) cercado por um gramado verde no qual foram dispostas uma rede e uma mesa para as refeições. A água é muito presente no projeto pelas suas propriedades termorreguladoras do ambiente e por representar, em sua essência, a vida. Na vegetação predominam as cores análogas vermelho, amarelo e laranja em formas orgânicas. Ali podem ser admirados beijo-turco ou Impatiens e o Kalanchoe, escolhidos por serem plantas com florações regulares, facilitando muito a manutenção. As bromélias imperiais e as cicas, eternas vedetes dos jardins, são sempre coringas em vários estilos pelas suas formas e volume e muito valorizadas pela resistência, texturas e cores bonitas. O exótico mini-pandanus é usado em maciços ou bordadura de canteiros, sendo, também, uma excelente cerca-viva de baixa altura por possuir pequenos espinhos nas suas folhas. O velho latão de leite foi transformado em uma imponente floreira. O jardim também conta com árvores frutíferas, como a Jabuticaba e a Uvaia. Entre as ervas aromáticas encontramos o alecrim, a arruda, o coentro, a lavanda e o hortelã. Por Clarisse Kopp (paisagista).


Divulgação/Humberto de Castro


Varanda Gourmet


Essa é outra proposta de jardim comestível dentro de um espaço urbano, acolhendo e instigando as pessoas à degustação de sabores e aromas. Afinal, a procura por uma alimentação mais saudável e um modo de vida mais natural tem sido cada vez maior. Hortaliças, frutíferas e temperos (orégano, erva-doce, melissa, salsinha, cebolinha, alecrim, sálvia, manjericão, tomilho, manjerona, pimenta, alface, cenoura, agrião e beterraba) estão distribuídos em canteiros e vasos, com a intenção de mostrar para o visitante como pode ser simples e fácil cultivar uma mini-horta em locais pequenos, como varandas, áreas de serviço e jardineiras de apartamentos. Poder colher o próprio alimento, ter contato com a terra e fazer da atividade uma terapia não é mais privilégio apenas de quem dispõe de quintal em casa


As paisagistas enfatizam que a horta feita em casa, além de ser sustentável também pode ser educativa. Para as crianças, uma mini-horta pode ser motivo de diversão e entretenimento, servindo, também, como instrumento de ensino, pois o plantio incentiva o cuidado com a terra e repassa noções sobre o meio ambiente. Em destaque no ambiente foi plantada uma jabuticabeira, árvore nativa com tronco e galhos de rara beleza plástica. Além dos frutos, ela floresce duas vezes por ano, com flores na cor branca. Três vasos de Laranjas com suas mini-flores aromatizam o ambiente. Bromélias gusmânia, orquídeas denphalis e musgos estão dispostos em cachepôs espalhados na ambientação do espaço e nas peças de lançamento de revestimentos cimentícios. Por Jaíce Di Prospero Blasques e Marina Arakaki (paisagistas).


Divulgação/Humberto de Castro


Espaço convívio


Esse ambiente traz o fogo como elemento agregador das pessoas e muita vegetação tropical para dar sensação de aconchego e equilíbrio. O espaço foi concebido para receber as pessoas, tanto que os visitantes podem circular pelo jardim e chegar bem perto das plantas e flores para sentir a energia da natureza. O caminho de areia oferece uma atmosfera meio praiana. O deck é sintético, feito à base de resíduo plástico reciclado (lançamento), mais resistente e durável. O diferencial é o acabamento premium, além de grande resistência e baixíssima manutenção. Os móveis escolhidos para a sala de estar são de fibra natural e circundam a aconchegante lareira ecológica (utiliza álcool para o aquecimento). O pergolado é de madeira reciclada, aproveita de obras. O paisagismo traz plantas tropicais, como as helicônias, filodendrons, neomaricas, alpinias, ophiopogons, diversos tipo de palmeiras, bromélias imperiais e hortícolas e outras. Por Alexandre Galhego (engenheiro agrônomo e paisagista).


Divulgação/Humberto de Castro


O amor percorre o mundo


O projeto é o jardim de uma fotógrafa que viaja pelo mundo clicando lugares que representam o amor. O jardim de rosas plantadas foi copiado das casas das nossas avós, atualizando o romantismo. Nos canteiros, somente rosas em vaso nas mais diversas cores e em topiárias, algumas importadas. Se o paisagismo é super retro, a decoração é bem moderna. A começar pela novidade do piso de porcelanato em 3D. Os móveis são sustentáveis (de troncos, madeira de demolição e fibra sintética). Toda a tinta utilizada nas paredes é à base de água. As tochas de fogo em aço inox e vidro são apropriadas para áreas externas. A iluminação em LED valoriza o ambiente. A paisagista escolheu a rosa para falar de amor, pois essa é a flor mais popular e a mais comercializada em todo o mundo. Há informações de que a rosa é cultivada há mais de 5.000 anos pelas antigas civilizações. Além disso, a rosa é uma flor repleta de simbologias: vermelhas representam o amor; as brancas significam a pureza; a cor de rosa, a sensibilidade; e, a champanhe, simboliza a amizade. A rosa conquistou o seu espaço nas artes, na literatura, na poesia e na música. Ainda hoje a flor é usada como fonte de inspiração e são verdadeiras mensageiras do coração. Uma curiosidade: na idade média, os buquês das noivas comumente eram confeccionados em rosas, devido ao perfume que exalavam, pois o banho não era um hábito comum à população. Os buquês de rosa eram usados para amenizar o mau cheiro dos convidados, pois só a noiva e seus pais tomavam banho no dia da cerimônia. Por Ines Scisci Maciel (arquiteta).


Divulgação/Humberto de Castro


Jardim do Vinho

O ambiente baseia-se na composição de duas áreas, cujo projeto foi inspirado no hobby do proprietário, amante e produtor de vinhos. A primeira foi pensada para o seu relaxamento, degustar seu próprio vinho ou mesmo para leitura. Já a segunda, uma área para o convívio, onde ele possa receber os amigos para um jantar ou, mesmo, apresentar seus vinhos. O espaço foi projetado seguindo o estilo toscano, lembrando as antigas vilas italianas. A união dos materiais como tijolo de demolição, a madeira, a composição de vasos cerâmicos e o ferro oxidado reforçam esse estilo, assim como a escolha das plantas compondo um charmoso modelo de jardim. Água e fogo trazem o aconchego necessário para completar o ambiente e conectar tudo ao tema escolhido. A reciclagem das rolhas substituem os pedriscos no chão. Destaques para a reutilização de rolhas no piso e no painel lousa com moldura e para o uso de garrafas e garrafões de vinho na iluminação. As plantas têm ligação com o tema e estilo (toscano), sendo muito utilizadas as folhagens nas tonalidades do verde-escuro e vinho (a Kaizuka, a alface d´água, buxinhos, hera-roxa e crespa, grama-preta e dinheiro em penca), flores brancas, roxas e amarelas (azaléia bola branca, rosa topiária e amor-perfeito) e as aromáticas (manjericão, manjerona, orégano, salsinha, pimenta vermelha e roxa, cebolinha, sálvia e alecrim). As forrações "abraçam" as espécies maiores e acomodam os pisos. Por Danilo Malvezzi Torres e Mayra Gomes Guarnieri (arquitetos e paisagistas).


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