O líder do PSDB na Câmara, Jutahy Júnior (BA), afastou nesta terça-feira dois deputados "rebeldes" da bancada tucana na Câmara. Osmânio Pereira (MG) e Salvador Zimbaldi (SP) foram afastados porque reincidiram no apoio ao governo durante votações no plenário.
O afastamento foi comunicado por meio de um ofício ao presidente da Casa, João Paulo Cunha (PT-SP). Eles foram afastados de todas as funções relativas à bancada do PSDB, e ficarão fora da Comissão de Minas e Energia, da qual eram titulares.
Os "rebeldes" tucanos farão uma reunião nesta noite e não está descartada a saída do partido e a criação de uma nova legenda.
Os congressistas, que já haviam sido afastados uma vez da bancada por votarem com o governo Luiz Inácio Lula da Silva, foram perdoados mas, na última semana, se abstiveram de votar a favor de emenda do deputado Alberto Goldman (PSDB-SP), que elevava o salário mínimo de R$ 252.
Jutahy também encaminhou ofício ao presidente nacional do PSDB, José Aníbal, pedindo que o caso seja analisado pelo Conselho de Ética do partido.
Pereira afirmou que um grupo de deputados tucanos, descontentes com o partido, se reunirá nesta noite na casa do deputado Luiz Piauhylino (PSDB-PE) para analisar a questão.
Segundo Pereira, não está descartada a saída dele e de outros tucanos descontentes. "Isso não está descartado, mas se sairmos, a idéia é permanecermos sem partido por algum tempo", disse o deputado mineiro.
Ele declarou ainda que foi procurado por vários partidos da base aliada, mas disse que não está sendo analisada a adesão a um partido governista.
Pereira afirmou que a intenção seria ressuscitar o PHS (Partido Humanista da Solidariedade) ou então criar um partido de centro esquerda, reunindo deputados descontentes do PSDB, PFL e PMDB. A nova legenda já teria até uma sigla provisória: PSDN (Partido da Social Democracia Nacional).
O deputado afirmou que as duas hipóteses encontram dificuldades na legislação eleitoral, que inibe a criação de novos partidos e a recriação de legendas extintas.