Em reunião com a bancada do PMDB do Paraná, o vice-presidente da república, Michel Temer, defendeu na quarta-feira (4), que o partido tenha candidatura própria ao governo do Paraná nas eleições de 2014, ou que se alie ao PT, que tem como potencial candidata a ministra da Casa Civil, Gleisi Hofman. Entretanto, os deputados estaduais estão divididos sobre o tema e alguns defendem aliança com Beto Richa (PSDB).
Temer recebeu os deputados no Palácio do Jaburu, em Brasília. A reunião contou com a presença do presidente estadual do PMDB, deputado federal Osmar Serraglio, além do coordenador da bancada paranaense no Congresso Nacional, deputado federal Marcelo Almeida, e do presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp.
Para contornar a situação do partido no Paraná, que em parte apoia do governador Beto Richa, apesar de a legenda estar nacionalmente ligada ao PT, Temer citou o exemplo de São Paulo. Naquele estado, o partido faz parte da base de apoio da Assembleia Legislativa, mas não participa do governo de Geraldo Alckmin (PSDB). Mesmo que Temer, que é do partido em São Paulo, esteja aliado ao PT nacionalmente, os paulistas terão um candidato do próprio PMDB.
Divisão - mesmo assim os deputados paranaenses presentes na reunião estão divididos. Doz dez parlamentares estaduais do PMDB, cinco ainda pretendem ficar na base de apoio do atual governo de Richa. São eles: Luiz Cláudio Romanelli, Stephanes Júnior (cujo pai, Reinhold Stephanes, é secretário da Casa Civil de Richa), Teruo Kato, Ademir Bier e Jonas Guimarães.
Os outros cinco - Caito Quintana, Anibelli Neto, Gilberto Martin, Cleiton Kielse e Waldyr Pugliesi - se mostraram favoráveis à chapa própria do PMDB. Para Anibelli, "uma coisa é alguns deputados, a grande maioria, é verdade, fazerem parte da base governista para criar governabilidade. E outra é a aliança em si, de ideologia. O PMDB tem as suas bandeiras, de fortalecimento da Sanepar e da Copel, e isso não está acontecendo no atual governo".
Já na opinião de Stephanes, quem perderá com essa disputa sobre a chapa no Paraná será o senador Roberto Requião, que é um dos potenciais candidatos ao governo do estado e aparece em segundo lugar nas pesquisas para 2014.
"Ele (Temer) deixou a sua posição muito clara: filosoficamente é sempre a favor de candidaturas próprias; se não for possível, de alianças com a base do governo federal, mas disse que irá respeitar o resultado da nossa convenção. Ou seja, a turma do Requião, que queria levar tudo para o tapetão, vai ter que disputar conosco. E vai levar uma baita surra", disse Stephanes.
Pelo twitter, Requião criticou o vice-presidente da república por causa da reunião com os deputados estaduais do PMDB, ao classificar a maioria dos presentes como "richistas" (aliados ao governador do Paraná). "Temer levou os pemedebistas Richistas do Paraná para "comer" em casa. Bom apetite".