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Presidenciável?

Ratinho Jr. se movimenta para 2026, mas esbarra em indefinição nacional do PSD

Folhapress
27 dez 2024 às 14:52

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- Geraldo Bubniak/AEN
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Reeleito em 2022 ao Governo do Paraná em primeiro turno, Ratinho Junior (PSD) vem aos poucos articulando uma candidatura a presidente da República em 2026, ainda que seu partido, o PSD de Gilberto Kassab, permaneça dando sinais dúbios sobre qual rumo pretende seguir na eleição futura.


Filho do famoso apresentador de televisão e empresário Carlos Roberto Massa, Ratinho tem sido publicamente alçado a presidenciável pelos aliados locais, que desde o ano passado o colocam abertamente na condição de pré-candidato ao Planalto.

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Entre os ativos que o credenciariam na disputa, de acordo com aliados, estão a aprovação de governo, na esteira de obras de infraestrutura tiradas do papel, e bons resultados na economia, que é a quarta do país. De olho no eleitorado da direita, também citam como trunfo a relação do governador com o empresariado.

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Ratinho segue uma agenda de privatizações - em 2023, o Governo do Paraná deixou de ser o acionista controlador da Copel, a Companhia Paranaense de Energia, e agora se prepara para lançar a Ferroeste e a Celepar no leilão da B3. Sua gestão também tem aprofundado parcerias em áreas como saneamento e educação.

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A eleição municipal também deu musculatura a Ratinho, já que o PSD se isolou na liderança de prefeituras no Paraná, com 164 de 399 municípios, incluindo cidades importantes como Curitiba, Londrina, Cascavel e Foz do Iguaçu. Nacionalmente, o PSD também ficou no topo do ranking pós-urnas de 2024, encabeçando 887 prefeituras em todo país.


Apesar do entusiasmo dos aliados locais, ele próprio se mantém discreto sobre as próximas eleições. Quando questionado pela imprensa, costuma defender primeiro uma candidatura própria do PSD, para só depois se colocar como uma opção do partido.

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"Naturalmente, em razão desse crescimento, o PSD é um protagonista nacional e tem a obrigação de apresentar opções para o país. Não pode ser sublegenda de ninguém. [...] O partido tem bons nomes, espero que o meu possa ser avaliado também", disse ele, em entrevista à coluna Painel.


A eventual candidatura presidencial de Ratinho depende de Gilberto Kassab, presidente nacional da sigla. Questionado pela Folha a respeito da eleição de 2026, Kassab afirmou que o PSD só vai iniciar essa discussão no segundo semestre do ano que vem e que, portanto, é prematuro falar em candidaturas.

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Em 2022, Kassab se esforçou para viabilizar uma candidatura presidencial, primeiro lançando o senador Rodrigo Pacheco (MG), que desistiu de concorrer, e depois tentando atrair o governador Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, que acabou permanecendo no PSDB.


Para 2026, a escolha pela candidatura própria no PSD ganha força caso o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) não seja candidato à Presidência e dispute a reeleição, como defende Kassab, que é secretário de Governo em São Paulo.

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Sem Tarcísio, tido como um nome que unificaria diversas siglas, partidos da direita e da centro-direita podem lançar candidatos variados e, nesse cenário, são lembrados Ratinho, Ronaldo Caiado (União Brasil), Romeu Zema (Novo) e Tereza Cristina (PP).


Além disso, o PSD não deve integrar a coligação nacional do PT em 2026, apesar de fazer parte do governo Lula. O apoio à esquerda esbarra na postura de oposição de nomes importantes da sigla, como o próprio Ratinho.

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Integrantes do PSD nacional ouvidos pela reportagem afirmam que Ratinho está à disposição do partido para ser candidato a presidente e que tem adotado uma postura correta, ou seja, entende que se trata de uma decisão coletiva e não faz exigências.


Além de Kassab, a decisão deve passar pelos principais nomes do PSD, como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, o senador Otto Alencar (BA) e o deputado federal Antonio Brito (BA).

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No cenário de indefinições, Ratinho segue tentando deixar marcas na sua gestão, ao mesmo tempo em que tenta se equilibrar na relação com o bolsonarismo.


No Paraná, o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro segue com capilaridade: a sigla fez 52 prefeituras em outubro, ficando atrás apenas do PSD e do PP. Já o PT elegeu apenas 3 prefeitos no estado.


Ratinho se aproximou de Bolsonaro na disputa de 2018 e se tornou um aliado fiel dele durante toda a gestão do ex-mandatário no governo federal. Evitou bater de frente mesmo na pandemia da Covid-19, quando Bolsonaro desestimulou a vacinação e propagandeou remédio ineficaz contra a doença.


O governador também não repudiou atos e falas consideradas ameaçadoras à democracia, como a reunião de Bolsonaro com embaixadores para difundir mentiras sobre as urnas eletrônicas, em episódio que provocou a condenação à inelegibilidade do ex-presidente até 2030.


Recentemente, embora esteja ampliando aos poucos o conteúdo das suas postagens nas redes sociais para além da agenda paranaense, Ratinho não fez nenhuma manifestação pública sobre o indiciamento de Bolsonaro pela tentativa de golpe de Estado nem sobre o plano para assassinar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes.


Provocado a se manifestar, enviou uma nota à Folha na qual diz que é preciso aguardar o término das investigações e que "indiciamento não é sinônimo de condenação".


Ao mesmo tempo, Ratinho mantém uma relação pragmática com a gestão Lula e repetidas vezes declarou que "o país não aguenta mais" o que classifica de "brigaiada ideológica".


Em outubro, ao ver uma candidata da direita radical e ligada ao bolsonarismo ameaçar nas urnas seu aliado na disputa pela prefeitura de Curitiba, Ratinho declarou que ficar "discutindo na internet teses de esquerda e direita e impeachment de Alexandre de Moraes" não muda nada "a vida da dona Maria" e o dia a dia do morador curitibano.


"A discussão nacional é 2026. Temos que olhar agora para os problemas da cidade de Curitiba. Quais os desafios dela para o futuro e propor soluções", disse o governador.


Eduardo Pimentel (PSD), candidato de Ratinho, venceu em segundo turno contra Cristina Graeml (PMB), com 57,6% dos votos válidos, incluindo uma fatia relevante do eleitorado da esquerda, que no segundo turno precisou escolher entre a direita tradicional (Pimentel) e a direita radical (Cristina).


O vice de Pimentel é do PL, o ex-deputado federal Paulo Martins, já escolhido para comandar a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico da capital. Ex-tucano, Paulo Martins se fiou no bolsonarismo e também é amigo de Ratinho.


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