O PTB do Paraná está em ponto de ebulição. Uma ala do partido resiste ao apoio - forçado pela verticalização das alianças - à candidatura do senador Alvaro Dias (PDT) ao governo. A preferência é pelo nome do PSDB, o vice-prefeito de Curitiba, Beto Richa. Outra corrente avalia que, com a composição PDT-PTB-PPS, a reeleição fica mais fácil.
O partido chegou a ameaçar abandonar Alvaro, ao anunciar na segunda-feira, que estuda lançar candidato próprio à sucessão no Palácio Iguaçu. O presidente da legenda no Estado, Valdir Rossoni, preferiu não colocar mais lenha na fogueira. ''Cada um fala uma coisa, por isso estou quieto''.
O líder do partido na Assembléia Legislativa, Carlos Simões, partiu para o ataque ao irmão de Alvaro, o senador Osmar Dias, que deve disputar a reeleição pelo PDT. Simões disse que o senador é ''prepotente''. ''Nós não precisamos do PDT do Osmar. Ele é que precisa de nós'', disparou Simões.
Segundo Simões, Osmar tem criticado os petebistas que votaram a favor da privatização da Copel. O senador não quis trocar mais farpas. Disse apenas que não vai se envolver em briga interna do PTB. Osmar não quer servir de bode expiatório das divergências dos petebistas.
O vice-presidente do PTB estadual, deputado Luiz Accorsi, avalia que, com a Frente Trabalhista (PDT, PTB, PPS), um deputado se elege com 30 mil votos. Já dentro de uma aliança mais ampla, seriam necessários 50 mil votos.
Nos bastidores, a versão corrente para o racha no PTB é que o partido no Estado está em conflito com a direção nacional, que não tem dado atenção à bancada regional.
O presidente nacional do PTB, José Carlos Martinez, disse que desconhece qualquer tentativa de rebelião no Paraná. ''Por enquanto os três partidos da Frente estão cuidando do plano nacional. Depois trataremos das negociações estaduais'', declarou. ''Os deputados estão apenas especulando o que pode acontecer. A Frente não corre risco'', completou Martinez.