O diretório local do Partido dos Trabalhadores (PT) emitiu nota de repúdio a um estande de tiros de Londrina que colou figuras de pessoas públicas nos alvos. A "brincadeira" de colar imagens de personalidades da política como o ex-presidente Lula, a ex-presidente Dilma e o atual presidente, Michel Temer, ocorreu na semana passada, mas foi cancelada depois que imagens do estande viralizaram no Facebook, com compartilhamento até pela deputada federal Jandira Feghalli (PCdoB-RJ).
A iniciativa do estande de tiros ocorre depois de a caravana do ex-presidente Lula ter sofrido ataque com arma de fogo no oeste do Paraná, no início do mês passado, e de o acampamento formado por apoiadores em Curitiba também ter sido alvo de ataque com arma de fogo durante a Vigília Lula Live, no fim de abril - duas pessoas ficaram feridas na ocasião.
Na nota, emitida no sábado (5), o diretório municipal afirma que "repudia veementemente, com imensa indignação, a atitude da empresa". O diretório do PT lamenta a atitude da empresa, que classifica como " irresponsável, desumana e de apologia à barbárie, principalmente por permitir que crianças estejam expostas a tal violência, mesmo que simbólica".
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O diretório também relaciona a escolha do empreendimento aos ataques ocorridos à ex-presidente e o "desrespeito à sua imagem, utilizada num contexto de apelo sexual", ataques à memória de Marisa Letícia e aos ataques a tiros contra a caravana do ex-presidente e contra a vigília Lula Livre, em Curitiba, formado por apoiadores de Lula após sua prisão pela Polícia Federal. "O momento político pede serenidade, entendemos que a incitação do ódio à representantes do PT, camufladas em uma atividade de lazer, são um verdadeiro desserviço para o espírito e a liberdade democrática."
Outro lado
A proprietária da empresa, que pediu para não ser identificada porque estaria recebendo ameaças, disse que não tem ligações a partidos ou correntes políticas e negou que o intuito da brincadeira fosse atacar os ex-mandatários petistas. A empresária conta que tem também alvos com caricaturas dos presidentes americano, Donald Trump, e norte coreano Kim Jong-un, por exemplo. "Não são direcionados a pessoas, mas a situações do cotidiano. Muito antes dessas situações [que envolvem o PT] esses alvos já existiam. E foram tirados de circulação muito tempo antes das reclamações", afirma.
Para ela, a reação às imagens criminalizou seu negócio de lazer, que tem amparo legal para funcionamento. A empresária também reclama que a nota de repúdio foi divulgada ao público apenas um dia após notificá-la e antes de ela poder responder à notificação. "Eles estão criminalizando uma atividade completamente legal e sem nos dar possibilidade de defesa", lamenta.
A proprietária do estande de tiro afirma, ainda, que a ideia de colocar charges nos alvos foi copiada de um concorrente e que não interferiu nos ganhos. Além disso, são os próprios clientes que escolhem as figuras contra as quais preferem disparar. Uma nota oficial foi divulgada na tarde deste domingo (6).