A Polícia Federal indiciou os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Eduardo Braga (MDB-AM) e o ex-senador Romero Jucá (MDB-RR) sob suspeita de crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O inquérito concluiu que os três agiram no Congresso Nacional para favorecer o grupo que se chamava Hypermarcas, hoje Hypera Pharma, em troca de propina.
A notícia foi revelada pelo portal UOL e confirmada pela Folha de S.Paulo.
Leia mais:
Julgamento de Bolsonaro e demais indiciados pode ocorrer em 2025
Confira a lista dos 37 indiciados pela PF no inquérito do golpe de Estado
Moraes mantém delação de Mauro Cid após ouvi-lo por omissões sobre tentativa de golpe
Indiciado pela PF, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”
A investigação que mira Calheiros tem origem no acordo de colaboração premiada de um ex-executivo da Hypermarcas. O acordo foi assinado pela PGR na gestão do então procurador-geral Rodrigo Janot, em 2016, e homologado em 2020 pelo ministro Edson Fachin.
O ex-diretor de relações institucionais do grupo, Nelson Mello, disse em depoimento que pagou R$ 30 milhões a dois lobistas que fariam os repasses aos congressistas.
Procurado, o advogado de Braga, Fabiano Silveira, afirmou que as acusações são "ilações esdrúxulas" sem amparo nos elementos do inquérito.
"Há evidências claríssimas de que o parlamentar não teve contato com o delator, que, além de mudar sua versão quatro anos depois, baseia suas declarações em mero "ouvir dizer". Não tenho dúvida de que inquérito será arquivado. Triste, porém, é ver mais um episódio de vazamento ilegal", afirmou.
A defesa de Jucá repudiou o indiciamento "no inquérito instaurado com base única e exclusivamente na delação premiada do executivo do grupo Hypermarcas".
Os advogados afirmam que o ex-senador colaborou com as invesigações, mas ainda assim resolveram indiciá-lo com base em palavra "anômala e perniciosa" do delator. "Lamentavelmente, esse inquérito nada mais é que uma tentativa de criminalizar a política, pois é da natureza da função parlamentar a conexão com setores da sociedade, com empresários e grupos econômicos".
Alega ainda que que houve contribuições legítimas da empresa à campanha política.
"A defesa de Romero Jucá confia na sua inocência e repudia as perniciosas palavras do delator que, sem nenhum crédito e despidas de qualquer indício, tenta criminalizar o brilhante legado que o ex-senador deixou na política brasileira", conclui a defesa.
A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa de Calheiros.
Leia também: