O presidente Lula afirmou nesta quinta-feira (20) que os professores de universidade federais, em greve há mais de dois meses, "têm que entender que nós estamos há apenas um ano e seis meses no governo".
"Às vezes eu fico triste porque ninguém agradeceu pelos 9% [no ano passado] e ficam fazendo uma greve dizendo que é por 4,5% porque não demos nada esse ano. Se a gente não deu porque não a gente não pode dar, isso não significa que a gente não possa nos anos seguintes dar mais que os 4,5%", disse o presidente em entrevista à rádio Verdinha, de Fortaleza.
Lula foi à capital cearense para cerimônia de anúncio de investimentos em instituições federais no estado. Assim como em outros eventos oficiais, um grupo de manifestantes pedia o reajuste dos servidores da educação federal.
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O evento para anunciar investimentos na educação, especialmente no Ceará, contou com a participação de reitores e representantes de universidades e institutos federais, que agradeceram o anúncio e ressaltaram os ganhos na área.
Entre as obras anunciadas para o Ceará (que somam cerca de R$ 778,9 milhões) está a criação de um novo campus vinculado à Universidade Federal do Ceará (UFC), que contará com o imóvel antes destinado ao controverso projeto de construção de um aquário pelo ex-governador Cid Gomes, nunca concluído.
A paralisação dos professores de universidades federais foi iniciada em 15 de abril. Eles pedem reajuste salarial e recomposição do orçamento dos centros de ensino.
Os servidores reivindicam aumento de 3,69% em agosto deste ano, 9% em janeiro de 2025 e 5,16% em maio 2026. Brasília oferece 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026. "Vocês não estão prejudicando o governo, o Lula, mas aos alunos, que estão perdendo aula. No meu governo não falta oportunidade para negociar", disse o presidente.
Em meio a cobranças, o governo lançou um PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) na segunda-feira (10) para as universidades federais e para os hospitais universitários, com previsão de R$ 5,5 bilhões em investimentos.
O ministro da Educação também anunciou um acréscimo de recursos para o custeio das instituições federais, em um total de R$ 400 milhões. Desse total, R$ 279,2 milhões serão para as universidades e outros R$ 120,7 milhões para os institutos federais.
Assim, o orçamento de 2024 dos centros de ensino chega a R$ 6,38 bi. O valor já é superior aos R$ 6,26 bi de 2023. Os valores, porém, já eram previstos no orçamento deste ano e foram somente adiantados, como mostrou a Folha de S.Paulo.